ONU pede medidas urgentes para evitar novas tragédias no Mediterrâneo

A ONU apelou hoje para investigações rápidas e medidas urgentes que evitem novas tragédias como o naufrágio de um barco de pesca com migrantes ao largo da costa da Grécia, que poderá ter provocado centenas de mortos.

Notícia

© iStock

Lusa
16/06/2023 13:56 ‧ 16/06/2023 por Lusa

Mundo

Migrantes

evidente que a atual abordagem ao Mediterrâneo não está a funcionar", reconheceu o diretor do Departamento de Emergências da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Federico Soda.

Numa declaração conjunta com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Soda afirmou que o Mediterrâneo "continua a ser a rota migratória mais perigosa do mundo, com a taxa de mortalidade mais elevada".

Os Estados devem concordar em colmatar as lacunas em matéria de busca e salvamento, desembarque rápido e implementação de rotas migratórias regulares e seguras, insistiu.

O naufrágio correu na noite de terça para quarta-feira, a 47 milhas náuticas (87 quilómetros) de Pilos, no mar Jónico, com uma embarcação em que viajavam cerca de 750 pessoas, segundo sobreviventes.

Desde quarta-feira, as equipas de socorro salvaram 104 pessoas e recuperaram 78 corpos, durante uma operação que deverá terminar hoje, dada a impossibilidade de encontrar mais sobreviventes.

A guarda costeira grega disse que nenhum dos migrantes a bordo do barco de pesca estava equipado com colete salva-vidas.

A embarcação tinha sido localizada na terça-feira à tarde, por um avião da Frontex, a agência europeia de segurança fronteiriça e costeira.

Segundo as autoridades portuárias gregas, os ocupantes do pesqueiro, que tinha zarpado da Líbia com Itália como destino, "recusaram qualquer ajuda".

A OIM disse temer que "centenas de pessoas" se tenham afogado "numa das mais devastadoras tragédias no Mediterrâneo desde há uma década".

A responsável pela área da proteção do ACNUR, Gillian Triggs, defendeu a necessidade de esforços coletivos, dado o aumento dos movimentos de refugiados e migrantes no Mediterrâneo.

Em concreto, disse ser essencial uma maior coordenação, solidariedade e partilha de responsabilidades entre todos os Estados mediterrânicos.

"Isto inclui um acordo sobre um mecanismo regional de desembarque e redistribuição das pessoas que chegam por mar, que continuamos a defender", afirmou.

"Tem de haver uma investigação exaustiva sobre os acontecimentos que se desenrolaram durante esta tragédia. E espero que possamos encontrar respostas e aprender com a experiência", disse Jeremy Laurence, porta-voz do ACNUR.

"O que aconteceu na quarta-feira sublinha a necessidade de investigar os passadores e traficantes de seres humanos e de garantir que são levados à justiça", acrescentou.

Além dos passadores e traficantes, a agência europeia Frontex foi acusada, juntamente com a Grécia e outros países europeus, de não fazer o suficiente para evitar estas tragédias.

Além dos barcos de patrulha da polícia portuária, uma fragata da Marinha de guerra grega, um avião e um helicóptero da Força Aérea, bem como seis navios que navegavam naquela zona participaram na operação de salvamento.

Leia Também: Autoridades gregas em último dia de buscas por desaparecidos de naufrágio

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas