O atacante foi morto por forças israelitas, indicou o Exército judaico.
O incidente ocorreu na sequência da retirada israelita de Jenin após dois dias de ofensiva dirigida contra a resistência palestiniana. A operação percorreu as estreitas ruas do campo de refugiados local, deixou um rasto de destruição, com milhares de pessoas a fugirem de suas casas, e provocou a morte de 12 palestinianos e de um soldado israelita.
O tiroteio de hoje perto do colonato de Kedumim, na Cisjordânia ocupada, coloca questões sobre a eficácia da mais recente incursão militar israelita, que surge após um ano e meio de violentos incidentes israelo-palestinianos na Cisjordânia. Suscitou ainda apelos de membros do Governo ultradireitista de Benjamin Netanyahu para novas ações do Exército.
O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, um dirigente ultraconservador, vive na área onde ocorreu o tiroteio e tem a seu cargo a concretização de planos para a expansão dos colonatos na Cisjordânia ocupada.
O Exército disse que o atirador disparou sobre as forças israelitas que retiveram o seu veículo para uma "inspeção". O homem escapou na viatura, mas foi morto após breve perseguição, acrescentaram citados pela agência noticiosa Associated Press (AP).
Um porta-voz do grupo militante Hamas referiu-se a um "ato heróico" e a uma "resposta natural" face ao 'raide' israelita em Jenin.
A operação israelita, desencadeada na segunda-feira na Cisjordânia ocupada, mobilizou centenas de soldados, e ainda 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) e 'bulldozers' do exército na cidade de Jenin e no campo de refugiados adjacente, bastião de grupos armados palestinianos.
A par dos 12 palestinianos mortos, cerca de 100 ficaram feridos, indicou na quarta-feira o Ministério da Saúde palestiniano.
Ainda na quarta-feira, milhares de palestinianos participaram em Jenin nos funerais dos seus familiares e amigos mortos pelos israelitas, no dia em que o exército do Estado judaico anunciou o fim da operação militar.
O norte da Cisjordânia tem registado uma vaga de ataques contra israelitas e violência anti-palestinianos por parte de colonos judeus. Jenin e o campo de refugiados foram visados diversas vezes por operações militares israelitas.
Em 11 de maio de 2022, a jornalista Shireen Abu Akleh, da Al Jazeera, foi morta por forças israelitas em Jenin, quando se encontrava em reportagem durante uma nova incursão militar das Forças de Defesa de Israel (IDF).
Perto de três milhões de palestinianos vivem na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967 juntamente com Jerusalém leste e a Faixa de Gaza. Cerca de 490.000 colonos judeus também estão instalados em colonatos na Cisjordânia, que a ONU considera ilegais à luz do Direito Internacional.
O conflito israelo-palestiniano regista desde o início do ano um aumento das tensões após a entrada em funções, no final de dezembro, do que é considerado por diversos analistas como o Governo mais à direita da história de Israel, dirigido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
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