Ucrânia na NATO? Biden perde paciência e ironiza: "Uma hora e 20 minutos"
Numa conferência de imprensa com Zelensky, Biden não conteve a ironia quando um jornalista norte-americano questionou o chefe de Estado ucraniano sobre o prazo de entrada do seu país na NATO.
© ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O presidente norte-americano, Joe Biden, 'perdeu a compostura', esta quarta-feira, no âmbito da cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), na Lituânia, ao responder que a Ucrânia se juntaria àquele organismo "uma hora e 20 minutos" após o final da guerra. A questão, que era dirigida ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi ainda classificada pelo chefe de Estado como "muito perspicaz", em mais uma farpa atirada ao jornalista.
Numa conferência de imprensa com Zelensky, Biden não conteve a ironia quando um jornalista norte-americano questionou o chefe de Estado ucraniano sobre o prazo de entrada do seu país na NATO, provocando sorrisos na sala.
"Quanto tempo depois do final da guerra gostaria de entrar na NATO?", ouve-se o jornalista perguntar, ao que o líder norte-americano apressa-se a responder: "uma hora e 20 minutos".
"Vocês fazem perguntas muito perspicazes", vincou.
Reporter to Zelensky: "How soon after the war would you like to be in NATO?"
— Howard Mortman (@HowardMortman) July 12, 2023
Biden: "An hour and 20 minutes. You guys ask really insightful questions." pic.twitter.com/P27n2x27X7
O responsável procurou, além disso, apaziguar as declarações proferidas anteriormente de que a Ucrânia não estaria pronta para integrar a NATO, considerando que a "resiliência e a determinação" dos ucranianos "têm sido um modelo para todo o mundo".
Lado a lado, mas com um nítido contraste entre o formal e o casual, Biden prometeu a Zelensky que os Estados Unidos estavam "a fazer tudo para conseguir" aquilo que a Ucrânia necessita, mostrando-se ainda "ansioso pelo em dia" em que ocorrerá uma reunião para celebrar a entrada oficial daquele país na NATO.
Depois de uma entrada ‘estrondosa’, na qual o chefe de Estado ucraniano exigiu "respeito", um calendário que delineasse o caminho para a NATO, e o fim da postura "absurda" que estava a atrasar a adesão do país no organismo, Zelensky anunciou, ao lado do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que regressaria "a casa com uma vitória significativa de segurança" e um "sinal tático" para o Kremlin, mostrando uma sensatez renovada.
Também esta quarta-feira, Stoltenberg insistiu que apenas será endereçado um convite à Ucrânia para aderir à NATO "quando os aliados concordarem que as condições estão reunidas", tendo defendido que é necessário garantir que "quando esta guerra acabar" há "compromissos credíveis" para a segurança da Ucrânia, "para que a História não se repita".
O responsável lembrou ainda que os aliados aprovaram um pacote com três partes que tem como objetivo aproximar a Ucrânia da NATO, que passa por um programa de assistência multianual com o objetivo ajudar as forças armadas ucranianas na transição da era soviética para os padrões da Aliança Atlântica, o novo Conselho NATO-Ucrânia e a retirada da exigência de um Plano de Ação para a Adesão.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.177 civis desde o início da guerra e 25.170 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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