O organismo das Nações Unidas considera que se trata da rota terrestre "mais mortífera" para os migrantes em todo o mundo.
O número publicado hoje no portal oficial da OIM representa quase metade das 1.457 mortes e desaparecimentos de migrantes registados no continente americano em 2022, "o ano mais mortífero" desde 2014, altura que começou o Projeto Migrantes Desaparecidos (MMP, na sigla em inglês).
As novas informações constam do relatório anual do Projeto Migrantes Desaparecidos, em que se sublinha o número crescente de mortes, assim como os riscos "cada vez maiores" que os migrantes enfrentam em toda a região.
Estes números representam as estimativas baixas, uma vez que é provável que muitas mais mortes não tenham sido registadas devido à falta de dados de fontes oficiais, indica a Organização Internacional para as Migrações.
"Estes números alarmantes recordam-nos claramente a necessidade de uma ação decisiva por parte dos países", afirmou Michele Klein Solomon, Diretora Regional da OIM para a América Central, América do Norte e Caraíbas.
"É fundamental melhorar a recolha de dados. Em última análise, o que é necessário é que os países atuem com base nos dados para garantir o acesso a rotas de migração seguras e regulares", acrescentou.
Segundo a OIM, quase metade das mortes (307) na fronteira entre os Estados Unidos e o México estiveram relacionadas "com a perigosa travessia" dos desertos de Sonora e Chihuahuan.
Por outro lado, a OIM acrescenta que, pelo menos, 212 pessoas morreram no deserto do Sara, em África, em 2022, mas a natureza remota destas zonas significa que os dados estão provavelmente incompletos.
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