De acordo com a organização não-governamental (ONG), o Governo de Israel está a levar a cabo "políticas de deslocação forçada" o que, acusa, constitui "crime de guerra".
A ONG Betselem refere num relatório divulgado hoje que seis comunidade de agricultores e de beduínos palestinianos no centro e no sul da Cisjordânia foram obrigadas a fugir por se encontrarem "aterrorizadas" pelos colonos israelitas "que trabalham ao serviço do Estado".
A medida terá afetado "quase 500 pessoas" que "não tiveram outra escolha" a não ser abandonar os locais de residência em Ras a Tin, Ein Samia, Al Bagah e Qabun no norte de nordeste de Ramahla, assim como em Khirbet Simri e Widady Tahta, nas colinas a sul de Hebron, no sul da Cisjordânia.
"Expulsar os trabalhadores dos campos, agredir fisicamente os residentes locais, invadir as casas durante a noite, provocar incêndios, assustar os rebanhos, destruir plantações, roubar propriedades, bloquear estradas" ou "destruir reservatórios de água" é a "horrível rotina" que, segundo a Betselem, é imposta pelos colonos a muitas comunidades palestinianas.
A organização diz ainda que a violência é fomentada pelo Estado de Israel, que "está a levar a cabo políticas de transferência forçada", tornando insuportável a vida dos residentes da zona que pretende ocupar.
Para a Betselem, a estratégia de Israel "é apoiada na aprovação de ordens militares" e na autorização do Supremo Tribunal de Israel para expulsar os palestinianos dos locais onde residem.
Por outro lado, acusa a ONG, o Estado de Israel utiliza os colonos para instigar a violência.
O relatório refere ainda que existe permissividade e tolerância em relação às ações dos colonos e dos militares por parte da coligação governamental de "extrema-direita" israelita liderada por Benjamin Netanyahu.
A ONG considera que o processo é ilegal e implica Israel em crimes de guerra por se tratar, indica, de "transferências forçadas" e que são "proibidas pelo direito internacional".
Israel controla a Cisjordânia desde 1967 mantendo um regime de ocupação militar no território.
As autoridades israelitas costumam rejeitar as acusações das organizações de defesa de direitos humanos como a Betselem, a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch.
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