MNE ucraniano saúda reunião construtiva com homólogo húngaro

O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, saudou hoje "o caráter construtivo" da sua reunião com o homólogo húngaro, antes de uma cimeira europeia destinada a desbloquear a ajuda à Ucrânia, à qual Budapeste se opõe.

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Lusa
29/01/2024 17:56 ‧ 29/01/2024 por Lusa

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Ucrânia

"Quero insistir no ponto principal desta conversa: a franqueza, a sinceridade e o caráter construtivo", declarou o ministro ucraniano numa conferência de imprensa perto de Uzhgorod, no oeste da Ucrânia, no final de uma reunião de mais de seis horas com o homólogo húngaro, Peter Szijjarto.

Um reflexo das relações difíceis entre os dois países vizinhos, esta foi a primeira visita do MNE húngaro à Ucrânia desde o início da ofensiva russa, há quase dois anos, ao passo que já se deslocou várias vezes a Moscovo.

O objetivo era preparar uma reunião entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, para "encontrar soluções" para os seus diferendos, segundo Kiev.

"Uma reunião de alto nível faz sentido se puder conduzir a resultados concretos. Hoje, demos os primeiros passos encorajadores, mas ainda temos um longo caminho a percorrer", advertiu Szijjarto, afirmando estar "pronto para concluir essa tarefa".

Viktor Orbán é o único dirigente europeu que manteve laços estreitos com o Kremlin, enquanto as suas relações com a Ucrânia são complicadas.

Em dezembro, bloqueou a disponibilização à Ucrânia de uma ajuda de 50 mil milhões de euros em quatro anos. Estão em curso negociações para alcançar um compromisso em Bruxelas, onde está prevista uma cimeira extraordinária na quinta-feira.

Não foi divulgada qualquer informação sobre a cimeira, tendo o ministro húngaro remetido esclarecimentos para as negociações em Bruxelas, uma vez que "essa não é uma questão bilateral".

A Hungria também se demarcou dos seus parceiros ao recusar-se a aprovar a abertura pela União Europeia (UE) de negociações para a adesão da Ucrânia, abandonando a sala no momento da votação, em meados de dezembro.

E Orbán continua a repetir que a Ucrânia não pode ganhar a guerra contra a Rússia, defendendo negociações de cessar-fogo com Moscovo.

A desavença entre os dois países não é nova e as relações diplomáticas já tinham azedado antes da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, porque Kiev adotou a partir de 2017 uma série de medidas controversas, em especial sobre o ensino da língua ucraniana.

Numa tentativa de apaziguamento, Kiev adotou recentemente uma lei que protege os direitos das minorias na Ucrânia, uma medida hoje saudada por Peter Szijjarto.

Será criada uma "comissão especial" para analisar as queixas de Budapeste e "pôr um ponto final" ao assunto.

Mais de 100.000 magiares vivem na Transcarpácia, região do extremo ocidental da Ucrânia que esteve sob o controlo de Budapeste até à Primeira Guerra Mundial.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Leia Também: Líderes da UE tentam "compromisso aceitável" para Hungria sobre apoio

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