"Este não é definitivamente o momento para a UE sancionar os colonos israelitas, como alguns pretendem, uma vez que isso só iria criar tensão e prolongar as operações antiterroristas", afirmou Szijjártó, citado num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O governo húngaro, liderado pelo conservador nacionalista Viktor Orbán, mantém relações estreitas com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e apoia incondicionalmente as políticas de Israel.
De acordo com o ministro húngaro, existe atualmente na Europa uma "forte posição anti-israelita", apoiada por muitas pessoas, enquanto o número de crimes e protestos antissemitas está a aumentar.
O chefe da diplomacia húngara acrescentou que este fenómeno é mais acentuado na Europa Ocidental.
"Os governos da Europa Ocidental estão agora a pressionar para que certos cidadãos israelitas, os chamados colonos, sejam incluídos nas listas de sanções [da UE]. Pensamos que este não é o momento certo", acrescentou o ministro.
A UE está a preparar sanções contra os colonos israelitas responsáveis pela violência na Cisjordânia - um tema que deverá estar em cima da mesa na próxima reunião dos chefes da diplomacia dos 27, em 19 de fevereiro.
Szijjártó, por seu lado, defende que a UE deve concentrar-se para que as "operações antiterroristas sejam bem sucedidas" e que a vida na região deve regressar à normalidade o mais rapidamente possível.
O ministro acrescentou que a República Checa também é contra a aplicação de sanções aos colonos, sublinhando que "a opinião dos outros" (países) não influenciará a posição da Hungria.
Esta posição é o mais recente episódio de vários em que a Hungria usou o poder de veto na União Europeia, sendo agora também responsável por a Suécia ainda não integrar a NATO, um bloqueio que está a exasperar a Aliança.
Ainda na semana passada, os chefes de Estado e de Governo da UE celebraram uma cimeira extraordinária em Bruxelas por 'culpa' exclusiva de Orbán, que em dezembro bloqueou uma ajuda financeira de 50 mil milhões de euros à Ucrânia, naquela que parece ter constituído 'a gota de água' para muitos dos líderes europeus.
Na ocasião, a Comissão Europeia desbloqueou cerca de 10 mil milhões de euros para a Hungria, pouco antes de Viktor Órban se ter ausentado da sala enquanto o Conselho Europeu aprovava o início das negociações para a adesão da Ucrânia à UE.
Mesmo assim, 21 mil milhões de euros de fundos europeus destinados à Hungria continuam congelados por Bruxelas ao abrigo de vários procedimentos devido a alegadas violações do Estado de Direito por Budapeste.
Cansados das "chantagens" do primeiro-ministro húngaro, diversos líderes da UE já admitiram publicamente recorrer à pior sanção prevista nos tratados e nunca antes usada: ativar a alínea no artigo 7.º do Tratado da UE que prevê retirar o direito de voto a um país por violação do Estado de Direito.
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