Guterres condena ataque a escola em Gaza com preço "horrendo" para civis

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou hoje o ataque de Israel a uma escola da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), frisando tratar-se de um "exemplo horrendo" do que os civis passam em Gaza.

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© ED JONES/AFP via Getty Images

Lusa
06/06/2024 19:15 ‧ 06/06/2024 por Lusa

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Médio Oriente

"Este é apenas mais um exemplo horrendo do preço que os civis palestinianos estão a pagar (...) homens, mulheres e crianças que estão apenas a tentar sobreviver, que estão a ser forçados a mover-se numa espécie de círculo de morte em torno de Gaza, tentando encontrar segurança", disse Stéphane Dujarric, porta-voz de António Guterres, num 'briefing' à imprensa, em Nova Iorque.

Questionado sobre se António Guterres condenava o ataque, ocorrido hoje de madrugada na região de Nusseirat e que matou cerca de 40 pessoas, incluindo 14 crianças, Dujarric respondeu: "Claro que condena".

Dujarric foi mais contido quando questionado pela comunicação social se as forças israelitas cometeram crimes de guerra, indicando que "precisará de haver responsabilização por tudo o que aconteceu em Gaza".

Mais tarde, em comunicado, o gabinete de Guterres sublinhou que as instalações da ONU "são invioláveis, inclusive durante conflitos armados, e devem ser protegidas por todas as partes em todos os momentos".

O líder das Nações Unidas apelou ainda a todas as partes para que respeitem e protejam os civis e garantam que as suas necessidades essenciais sejam satisfeitas, de acordo com o direito humanitário internacional.

O secretário-geral "reitera os seus apelos a um cessar-fogo humanitário imediato e à libertação imediata e incondicional de todos os reféns detidos em Gaza", conclui a nota.

A UNRWA acusou hoje Israel de ter atacado "sem aviso prévio" uma escola da organização na Faixa de Gaza, em "mais um dia horrível" com várias dezenas de mortos.

"Mais um dia horrível em Gaza. Outra escola da UNRWA transformada em abrigo foi atacada, desta vez em Nusseirat", declarou o comissário-geral da agência da ONU, Philippe Lazzarini, na rede social X.

As forças israelitas não fizeram qualquer "aviso prévio, nem aos deslocados nem à UNRWA", acrescentou, assegurando que a agência da ONU transmitiu os pormenores desta escola ao "exército israelita e outras partes do conflito".

O edifício, referiu o representante, acolhia cerca de 6.000 deslocados no momento do ataque.

"Alegações de que grupos armados podem ter estado no interior do abrigo são chocantes, mas não temos capacidade para as verificar", disse.

O exército israelita confirmou o bombardeamento da escola e argumentou que esta albergava no seu interior "terroristas do Hamas", incluindo membros das forças do grupo islamita palestiniano que levaram a cabo os ataques em território israelita de 07 de outubro de 2023.

"Atacar, visar ou utilizar edifícios da ONU para fins militares é um desrespeito flagrante do direito internacional humanitário. O pessoal, as instalações e as operações da ONU devem ser protegidos em todas as circunstâncias", defendeu Lazzarini.

"Visar as instalações da ONU ou usá-las para fins militares não pode tornar-se a nova norma", frisou ainda o responsável.

Desde o início da guerra em Gaza, em 07 de outubro, "mais de 180 edifícios da UNRWA foram atingidos e mais de 450 pessoas deslocadas foram mortas em resultado disso", segundo a agência da ONU.

A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do movimento islamita Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e deixou mais de duas centenas de reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.

A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 36 mil mortos e uma grave crise humanitária no enclave palestiniano, de acordo com as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, que controla o território desde 2007.

[Notícia atualizada às 21h09]

Leia Também: Rebeldes hutis e milícias iraquianas anunciam ataque contra Israel

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