Pelo menos 23 mortos em ataque dos rebeldes contra civis no Sudão

Pelo menos 23 pessoas foram mortas num ataque atribuído às Forças de Apoio Rápido (RSF) contra um grupo de civis desarmados que se dirigiam a um mercado na aldeia de Fanguqa, situada no estado sudanês do Cordofão do Norte.

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Lusa
15/07/2024 11:23 ‧ 15/07/2024 por Lusa

Mundo

Sudão

A Rede de Médicos do Sudão denunciou este "novo massacre" perpetrado pelas RSF quando "abriram fogo" sobre os civis. "Como resultado, 23 pessoas foram mortas no local e outras ficaram feridas", afirma, num comunicado publicado no seu perfil na rede social X.

 

"Condenamos este crime hediondo contra civis inocentes como uma tentativa das RSF de restringir as liberdades dos cidadãos e atacá-los sem justificação em áreas onde não há presença militar. Estes acontecimentos confirmam as contínuas violações e ataques das RSF contra a população civil do Sudão", afirmou.

Além disso, a Nidaa al Wasat, uma iniciativa que monitoriza as violações no centro do país, afirmou que as RSF emboscaram comerciantes da aldeia e de aldeias vizinhas a caminho do mercado de Um Sumaima, de acordo com o portal de notícias Sudan Tribune.

Recorde-se que as RSF mantêm há meses um cerco apertado à capital desta região, El Obeid, restringindo severamente a circulação dos comboios comerciais, o que se traduziu no acesso a alimentos, medicamentos e combustível. O território está também a sofrer um corte total de comunicações.

No estado de Gezira, os ativistas dos Comités de Resistência de Wad Madani alegaram que as RSF destruíram e saquearam deliberada e sistematicamente as infraestruturas dos projetos agrícolas, o que levou à cessação dos projetos agrícolas pela primeira vez num século.

A guerra entre o exército e as RSF eclodiu em abril de 2023 devido a fortes divergências sobre o processo de integração do grupo paramilitar - agora declarado como rebelde - nas forças armadas, situação que levou ao descarrilamento da transição iniciada após o derrube do regime de Omar Hassan al-Bashir, em 2019.

Leia Também: Save the Children alerta para maior risco de fome no Sudão do Sul

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