"Como a principal culpada fugiu do país, vamos iniciar procedimentos legais para a trazer de volta", disse Mohammad Tajul Islam, procurador-chefe do Tribunal Internacional de Crimes (ICT), aos jornalistas no domingo, acusando Hasina de ter cometido "massacres" durante os seus 15 anos à frente do país.
O ICT foi criado por Hasina em 2010 para investigar inicialmente as atrocidades cometidas durante a guerra da independência contra o Paquistão, em 1971.
Sheikh Hasina, de 76 anos, e o seu governo foram acusados de violações massivas dos direitos humanos, incluindo detenções arbitrárias e execuções extrajudiciais de opositores políticos.
Hasina fugiu do país em agosto, após semanas de protestos estudantis que se transformaram numa insurreição popular generalizada.
"O Bangladesh assinou um tratado de extradição criminal com a Índia em 2013, quando o governo de Sheikh Hasina estava no poder", disse Islam.
"Como é a principal acusada dos massacres no Bangladesh, tentaremos trazê-la de volta legalmente para ser julgada", acrescentou.
O governo de transição, liderado pelo vencedor do Prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, enfrenta uma forte pressão popular para obter a extradição, para que Hasina seja julgada pelas centenas de manifestantes mortos durante os protestos de verão.
De acordo com um relatório preliminar das Nações Unidas, pelo menos 600 pessoas morreram durante a repressão das manifestações anti-Hasina, um número que a própria ONU considera "provavelmente subestimado".
O sistema judicial do Bangladesh também abriu uma investigação em agosto sobre as centenas de desaparecimentos forçados de que as forças de segurança são suspeitas quando Hasina estava no poder.
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