As 13.421 assembleias abriram às 07h00 (2h30 em Lisboa) e a votação irá continuar até às 16h00 (11h30 em Lisboa), de acordo com a Comissão Eleitoral do Sri Lanka, que afirma que mais de 17 milhões de pessoas estão recenseadas.
O vencedor, entre 38 candidatos, só deverá ser conhecido na manhã de domingo (madrugada em Lisboa).
Quase 63 mil polícias foram mobilizados no sábado para garantir que a votação decorra sem incidentes.
Trata-se da primeira eleição no país asiático depois deste ter declarado falência em 2022 e suspendido o pagamento de cerca de 83 mil milhões de dólares (76,4 mil milhões de euros) de empréstimos nacionais e estrangeiros.
A situação seguiu-se a uma severa crise cambial que provocou escassez de bens essenciais, como alimentos, medicamentos, combustível, gás e cortes de energia prolongados.
A convulsão económica do país conduziu a uma crise política que obrigou o então Presidente Gotabaya Rajapaksa a demitir-se em 2022.
O Parlamento elegeu como sucessor Ranil Wickremesinghe, que na altura primeiro-ministro.
A recuperação económica centrou o debate durante a campanha eleitoral, sem que haja um candidato claro à vitória.
Wickremesinghe recandidata-se apoiado pela estabilização da economia, graças à assinatura de um programa de resgate de quase 3 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Devemos continuar as reformas para sair da falência", assegurou Wickremesinghe aos apoiantes, na quarta-feira, na última ação de campanha, na capital Colombo. "Cabe-vos a vós decidir entre o regresso ao terror ou o progresso", acrescentou.
A situação económica melhorou sob a liderança do novo Presidente. No entanto, a insatisfação da opinião pública cresceu com o Governo a tentar reforçar as receitas com o aumento das faturas da eletricidade e a imposição de novos impostos sobre os rendimentos dos profissionais e das empresas.
Os principais rivais são o líder da oposição, Sajith Premadasa, filho de um antigo presidente, que lidera o partido da oposição Samagi Jana Balawegaya, uma formação dissidente do Partido Nacional Unido, no poder.
"Vamos rever as desigualdades do código fiscal apoiado pelo FMI, que obriga os trabalhadores a procurar emprego no estrangeiro", disse o candidato de centro-direita, de 57 anos.
O outro é Anura Dissanayake, de 55 anos, que lidera um partido político de esquerda que ganhou popularidades, sobretudo entre os eleitores jovens, após a crise económica.
A crise do Sri Lanka resultou de uma combinação de vários fatores: a má gestão económica, aliada à pandemia de covid-19 e aos ataques terroristas de 2019, que devastaram a importante indústria do turismo.
Leia Também: Portugal tem "feito pouco" com comunidades de lusodescendentes na Ásia