Kyiv depende das suas reservas de fabrico soviético e das entregas dos seus aliados ocidentais, que forneceram financiamento e armas desde o início da invasão russa em Fevereiro de 2022.
Mas o país também desenvolveu fortemente a sua própria indústria. Uma iniciativa ainda mais crucial porque as suas tropas enfrentaram uma grave escassez de munições no início do ano, resultado de 'batalhas' políticas em Bruxelas e Washington.
"Nas condições extremamente difíceis de uma guerra em grande escala, sob constantes ataques da Rússia, os ucranianos conseguiram construir, por assim dizer, uma nova indústria de defesa", garantiu Volodymyr Zelensky durante um fórum dedicado a estas questões.
"Só no primeiro semestre deste ano, a Ucrânia produziu 25 vezes mais munições para artilharia e morteiros do que em todo o ano de 2022", acrescentou.
O país tem capacidade para produzir 4 milhões de 'drones' por ano, garantiu também o chede de Estado ucraniano, sobre máquinas que se tornaram essenciais na frente de combate.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, estimou durante uma reunião governamental que metade das munições utilizadas na frente de combate eram de produção ucraniana.
O desenvolvimento de infraestruturas dedicadas à produção militar é, no entanto, complexo, estando todo o território ucraniano ao alcance dos mísseis russos.
O país também carece de financiamento para alcançar as suas ambições, explicaram recentemente as autoridades.
Mas Volodymyr Zelensky estimou que o seu país está a caminho de se tornar um "ator importante" no setor.
"Há anos, a indústria de defesa ucraniana parecia infelizmente indefesa, mas agora está a subir para a linha da frente, pelo menos a nível europeu", destacou.
Kyiv, por exemplo, produz mísseis de cruzeiro anti-navio Neptuno ou antitanque Stougna. A Ucrânia conseguiu repelir a frota russa no mar Negro, utilizando os seus próprios 'drones' navais.
Volodymyr Zelensky anunciou no final de agosto o teste bem-sucedido de um primeiro drone com mísseis balísticos de fabrico ucraniano.
As capacidades ucranianas, apesar deste aumento, não se comparam às da indústria de defesa russa. Já enorme, foi impulsionada pelos gastos públicos desde a invasão.
O orçamento russo para 2025 prevê um novo aumento de 30% nas despesas militares, uma vez que o Kremlin reorientou a sua economia para o esforço de guerra.
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