"Cerca de 43% são crianças, 38% são mulheres adultas e aproximadamente 18% são homens idosos", comentou à agência de notícias espanhola EFE a responsável pela comunicação da ACNUR Moldova, Mónica Vázquez.
Segundo a responsável, este número representa "quase 4% da população da Moldova", pelo que o número é "significativo", assim como o seu impacto num dos países mais pobres da Europa.
"A grande diferença é a proximidade da Moldova a todos os níveis, desde o Governo, à sociedade civil. O que os moldavos fizeram é extraordinário. Apesar dos desafios, não hesitaram em abrir as portas" aos refugiados do país vizinho, assegurou.
Embora tenham passado quase três anos desde o início da guerra, o número de refugiados não se tem reduzido, mas "aumentado de forma baixa, mas constante".
Metade dos refugiados ucranianos é proveniente da região de Odessa e o resto de Mykolaiv, Vinnitsia e inclusive da capital, Kiev.
"A grande maioria vive em casas particulares, com amigos ou através de contactos familiares. Outros alugam", explicou.
Só uma minoria dos refugiados reside em albergues estatais e vive do apoio das Nações Unidas.
"Trata-se de uma população mais vulnerável. Não podem aceder ao mercado laboral. São pessoas com doenças crónicas e também famílias numerosas", apontou a responsável.
Um dos principais problemas das pessoas deslocadas é a dificuldade em encontrar emprego, em grande medida por não conhecerem o idioma romano, ainda que na Moldova também se fale russo.
Na Moldova não existem vagas para os refugiados altamente qualificados e profissionais, pelo que têm de "reorientar as suas competências".
Estes ucranianos têm atualmente o estatuto de proteção temporal, o que lhes permite viver legalmente na Moldova e ter acesso a educação, saúde e emprego.
Segundo Vázquez, dois terços dos refugiados querem ficar na Moldova "por enquanto" e só pretendem regressar "quando estiverem reunidas as condições e for seguro voltar a casa".
Por esse motivo, a ACNUR verificou recentemente "uma mudança e os ucranianos estão agora mais dispostos a integrar-se e trabalhar" no país de acolhimento.
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