Na primeira vez que fala após o acordo de cessar-fogo com Israel, e num discurso previamente gravado, Qassem sublinhou que o Hezbollah alcançou "uma grande vitória".
"Anuncio que estamos perante uma grande vitória. Ganhámos porque impedimos que o inimigo destruísse o Hezbollah e aniquilasse ou enfraquecesse a Resistência", acrescentou.
"Estamos hoje numa atmosfera de vitória divina deste grupo honrado, que foi rodeado por todos os amantes de Deus", disse Qassem na intervenção, transmitida pela televisão, recordando que o Hezbollah "não queria a guerra" com Israel, que durante pouco mais de um ano matou cerca de 4.000 pessoas só em território libanês.
Qassem comprometeu-se, por outro lado, a "cooperar" com o exército libanês, responsável pela aplicação do acordo de cessar-fogo com Israel, que prevê a retirada do exército israelita e do seu treino do sul do Líbano.
"Graças a Deus, a cooperação e a coordenação entre a resistência e o exército libanês será de alto nível para aplicar os termos do acordo. Ninguém pode contar com problemas ou conflitos com o exército", garantiu Qassem.
Qassem afirmou que a invasão terrestre iniciada a 01 de outubro por Israel no sul do Líbano tinha como objetivo "a aniquilação do Hezbollah", algo que descreveu como um "fracasso" apesar dos grandes golpes que o grupo sofreu após a intensa campanha de bombardeamentos israelitas desde o final de setembro.
Entre os "golpes", realçou o "assassínio" do antigo líder, Hassan Nasrallah, num intenso ataque aéreo israelita nos subúrbios ao sul de Beirute, a 27 de setembro, além da morte de um número significativo de comandantes de campo, altos funcionários militares e políticos da formação.
No entanto, Qassem alegou que, após estes golpes, o Hezbollah "recuperou as suas forças" e continuou "com a sua resistência na frente", ao mesmo tempo que continuava a lançar foguetes, mísseis e 'drones' contra vários pontos do norte e centro de Israel.
"Decidi anunciar como resultado da batalha [...] de forma clara e oficial que estamos perante uma grande vitória que supera a de julho de 2006", disse Qassem, referindo-se à guerra de um mês travada nesse ano entre Israel e o Hezbollah e que terminou com a aprovação da resolução 1701 das Nações Unidas.
Nesse sentido, Qassem insistiu que Israel concordou com um cessar-fogo devido "à incapacidade de atingir os seus objetivos" no Líbano, como minar as capacidades militares do movimento e garantir o regresso de cerca de 60.000 deslocados do norte do país devido aos ataques do Hezbollah contra colonatos e cidades em território israelita.
[Notícia atualizada às 17h55]
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