O tribunal - que estipulou três comparências semanais do chefe de Governo israelita, de cerca de seis horas cada uma - aceitou hoje o pedido da equipa jurídica de Netanyahu para cancelar a sessão marcada para terça-feira, depois de realizar uma reunião à porta fechada em que apresentaram os seus argumentos.
O seu advogado, Amit Hadad, disse que só podia explicar esses argumentos à porta fechada, de acordo com relatos da imprensa israelita.
A defesa de Netanyahu já tinha solicitado antes, embora sem sucesso, que as presenças semanais fossem reduzidas de três para duas.
No dia 10 de dezembro, o primeiro-ministro israelita compareceu em tribunal pela primeira vez para prestar depoimento sobre três diferentes casos de corrupção de que é acusado desde 2019, apesar das tentativas da sua equipa jurídica para adiar o início do julgamento (que deveria ter começado em novembro de 2023, mas foi adiado para esta altura devido à guerra em Gaza).
O chefe de Governo de Israel garantiu que não quer fugir à justiça, e que "esperou oito anos para dizer a verdade", mas que a gestão da guerra em Gaza, somada às outras frentes abertas na região, o impediu de poder preparar o seu testemunho.
Netanyahu enfrenta acusações de suborno, fraude e abuso de confiança, ocorridas entre 2007 e 2017, que polarizaram a sociedade israelita: enquanto a oposição exige a sua demissão, os seus aliados dizem que todo este processo é uma perseguição política.
Este julgamento marca também um marco na história de Israel, sendo a primeira vez que um primeiro-ministro em exercício testemunha como arguido num julgamento criminal, já que, em casos anteriores, os seus antecessores demitiram-se antes de enfrentarem processos judiciais.
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