Autoridades francesas e alemãs estão em Damasco para conversações

As autoridades francesas e alemãs encontram-se hoje em Damasco para conversações com o Governo de transição sírio, após a queda do Presidente Bashar al-Assad, enquanto o Irão se mostra cauteloso diante da nova situação política na Síria.

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© LOUAI BESHARA/AFP via Getty Images

Lusa
17/12/2024 09:06 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Uma delegação francesa liderada pelo enviado especial para a Síria, Jean-François Guillaume, chegou hoje a Damasco e visitou as instalações da embaixada de França.

 

"A França está a preparar-se para estar ao lado dos sírios" durante o período de transição, disse Guillaume aos jornalistas, logo após a sua chegada a Damasco.

A bandeira francesa foi hasteada hoje na embaixada, encerrada desde 2012, segundo um jornalista da agência de notícias AFP. A delegação francesa indicou que veio "estabelecer contactos com as autoridades de facto" em Damasco.

Os diplomatas alemães vão ter as primeiras conversações em Damasco hoje com representantes do Governo de transição criado pelo grupo Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham/HTS, em árabe) após a queda do ditador Bashar al-Assad, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

"Haverá conversações sobre um processo de transição inclusivo na Síria e a proteção das minorias. As possibilidades de uma presença diplomática em Damasco também serão exploradas", disse um porta-voz do ministério alemão à AFP.

Inicialmente cautelosas, as chancelarias ocidentais tomaram medidas para estabelecer contacto com o Governo de transição na Síria, desde a queda de Assad.

A União Europeia anunciou o envio de um representante a Damasco e o Reino Unido também enviou para a Síria uma delegação oficial.

Já o Irão referiu hoje que não reabrirá imediatamente a sua embaixada na Síria, disse a diplomacia iraniana na terça-feira, após o saque da sua representação em Damasco durante a queda de Assad.

"A reabertura da embaixada em Damasco exige preparativos (...). Vamos dar continuidade a este trabalho assim que estiverem reunidas as condições necessárias em termos de segurança", disse Esmaïl Baghaï, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.

"O mais importante é garantir a segurança da embaixada e do seu pessoal", acrescentou Baghaï.

Desde a queda de Bashar al-Assad, o Irão, que apoiou incondicionalmente o agora deposto Presidente sírio, repatriou cerca de 4.000 cidadãos. Cerca de 10 mil iranianos viveram na Síria nos últimos anos, segundo dados oficiais.

O HTS liderou a ofensiva relâmpago de 12 dias que derrubou o regime do antigo Presidente sírio Bashar al-Assad, no poder há 24 anos, e tomou a capital Damasco a 08 de dezembro.

Após 50 anos de domínio absoluto do clã Assad, as novas autoridades procuram tranquilizar as capitais estrangeiras, estabelecendo progressivamente contactos com os seus dirigentes.

A mudança de regime está a lançar várias interrogações sobre o futuro deste país devastado e fraturado por 13 anos de guerra civil, num conflito que ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas'.

O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do Governo sírio de transição, que vai durar até março de 2025.

Leia Também: MNE chinês diz que Pequim vai ajudar "a proteger" soberania da Síria

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