É oficial. Moção de confiança é chumbada e Alemanha vai a eleições

O chanceler alemão, Olaf Scholz, perdeu hoje a votação da moção de confiança no Bundestag, tal como previsto, abrindo caminho à dissolução parlamentar, que levará o país a eleições antecipadas em fevereiro.

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© Maja Hitij/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
16/12/2024 15:35 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

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Alemanha

Os deputados alemães chumbaram esta segunda-feira, no Bundestag (parlamento alemão), a moção de confiança ao governo liderado pelo chanceler Olaf Scholz. 

 

A moção de confiança, que tinha sido levada ao parlamento alemão na passada quarta-feira, foi hoje votada pouco depois das 16h00 (15h00 em Lisboa), tendo como resultado 207 votos a favor, 394 votos contra e 116 abstenções. Scholz precisava do voto de pelo menos 367 deputados para que fosse aprovada a moção de confiança.

O ainda chanceler vai agora dirigir-se ao Schloss Bellevue para propor ao Presidente que o Bundestag seja dissolvido. Frank-Walter Steinmeier tem 21 dias para o fazer e para convocar formalmente eleições, que deverão acontecer num prazo de 60 dias.

Os alemães deverão ir novamente às urnas a 23 de fevereiro, mais de meio ano antes do previsto, uma data com a qual a maioria dos partidos já concordou.

Recorde-se que a votação decorreu mais de um mês depois do fim da coligação composta pelo Partido Social Democrata (SPD), os Verdes e os liberais do FDP. A coligação "semáforo", assim chamada pelas cores dos partidos que a integravam, terminou depois de Olaf Scholz ter demitido o então ministro das Finanças, e líder do FDP, Christian Lindner, por desentendimentos na discussão do plano para o orçamento.

A coligação tripartida, que durou cerca de três anos, enfrentou vários desafios que levaram a divisões cada vez mais acentuadas e a uma instabilidade governativa que custou ao SPD, aos Verdes e ao FDP perdas acentuadas nas urnas, chegando mesmo a obter os piores resultados de sempre em eleições.

Inicialmente, Scholz pretendia convocar uma moção de confiança em 15 de janeiro, o que levaria a Alemanha a ir a votos no final de março, seis meses antes do previsto. Depois da pressão de outros partidos e da opinião pública, o chefe do Governo mostrou flexibilidade.

O país tem sido gerido provisoriamente por um governo minoritário formado pelo SPD e os Verdes até novas eleições, para as quais já são conhecidos os quatro candidatos dos partidos com maior representação no Bundestag, com a extrema-direita a escolher, pela primeira vez, apenas um nome para a corrida.

Olaf Scholz é novamente o candidato do SPD, Friedrich Merz é o nome escolhido pela União Democrata-cristã (CDU), Alice Weidel é a figura da Alternativa para a Alemanha (AfD) e Robert Habeck é o candidato dos Verdes a chanceler.

Na República Federal da Alemanha realizaram-se eleições antecipadas em três ocasiões. Em 1972, com Willy Brandt, do SPD, a perder a moção de confiança, mas a ser reeleito chanceler. Em 1982, Helmut Schmidt, do SPD, foi alvo de uma moção de censura, dando lugar a Helmut Kohl da CDU. Em 2005, Gerhard Schröder (SPD) pediu uma moção de confiança e perdeu a votação, marcando o início dos 16 anos do governo de Angela Merkel (CDU).

[Notícia atualizada às 15h47]

Leia Também: Extrema-direita questiona manutenção da Alemanha na NATO

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