Frelimo pede ao Governo "medidas concretas" para "aliviar" custo de vida

A Comissão Política da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) pediu hoje ao Governo "urgência" em "medidas concretas" para "aliviar" o custo de vida no país, nomeadamente baixando os preços dos produtos básicos.

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Lusa
16/12/2024 18:48 ‧ há 2 horas por Lusa

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Moçambique

"A Comissão Política propõe que o Governo tome, com caráter de urgência, medidas concretas e eficazes para baixar e aliviar o custo de vida no país, incidindo prioritariamente sobre a redução dos preços dos produtos básicos e essenciais, bens e serviços indispensáveis à subsistência das famílias", lê-se no comunicado final da reunião.

 

"Entendemos que este é um compromisso urgente para atender às necessidades imediatas da população", acrescenta o comunicado da 38.ª sessão ordinária daquele órgão, que foi presidida pelo presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, também presidente da República.

Os preços em Moçambique subiram 0,72% em novembro face a outubro, registando uma inflação homóloga de 2,84%, maior do que em outubro, indicam os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Trata-se da terceira subida mensal consecutiva, depois de os preços terem registado quatro meses de deflação: 0,11% em agosto, 0,05% em julho, 0,21% em junho e 0,38% em maio.

Já a inflação homóloga, que compara com o mesmo mês de 2023, registou em novembro uma taxa de 2,84%, quando em outubro foi 2,68% e em setembro de 2,45%.

No início de dezembro, o banco central de Moçambique avisou que os preços deviam continuar a aumentar devido às consequências da tensão pós-eleitoral no país.

O relatório de Conjuntura Económica e Perspetivas de Inflação (CEPI) indica que a inflação em Moçambique "manteve-se estável em outubro", apesar de um ligeiro aumento para 2,68%, mas "as perspetivas de curto prazo apontam para uma aceleração da inflação anual no quarto trimestre de 2024".

"Esta previsão decorre, essencialmente, das restrições no fornecimento de bens e serviços decorrentes da tensão pós-eleitoral", lê-se no relatório.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, desencadeou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

"As nossas projeções já têm vindo a incorporar esses riscos, essas incertezas", garantiu o governador do Banco de Moçambique.

Esta onda de contestação acontece em Moçambique desde 21 de outubro, com pelo menos 130 mortos nas manifestações e com as atividades económicas fortemente condicionadas, com protestos pós-eleitorais que se alastram à principal fronteira do país, Ressano Garcia, com a África do Sul.

Leia Também: Moçambique: 15 mortos e mais de 5 mil casas destruídas após ciclone Chido

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