"Todos sabemos que persistem alguns desafios, que os diferendos bilaterais e os dilemas da vizinhança ainda têm de ser resolvidos. Temos de nos concentrar em reformas credíveis e sustentáveis (...). Hoje, ouvimos falar das frustrações da região, mas acredito que, juntos, podemos superá-las e temos agora um novo impulso", disse António Costa.
Em declarações aos jornalistas em Bruxelas no final da cimeira UE-Balcãs Ocidentais, a primeira por si presidida, António Costa realçou os "progressos significativos no último ano" dos países da região, nomeadamente do Montenegro, bem como o "sentido coletivo de responsabilidade e uma nova vontade de trabalhar mais e mais depressa".
"Por isso, devemos aproveitar ao máximo o novo impulso e criar todas as condições necessárias para o alargamento porque não há dúvida de que o futuro dos Balcãs Ocidentais está na nossa União", salientou.
Depois de se ter reunido, ainda antes da cimeira de hoje, com líderes dos Balcãs Ocidentais em Bruxelas, o novo líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE vincou que "o momento da cimeira de hoje não poderia ter sido melhor".
"Foi a primeira reunião que liderei enquanto presidente do Conselho Europeu e isto põe em evidência a prioridade política de reforçar a cooperação com os Balcãs Ocidentais", concluiu.
A primeira cimeira presidida pelo novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, juntou hoje em Bruxelas líderes da UE e dos Balcãs Ocidentais, que pretendem reforçar a parceria estratégica num contexto de tensões geopolíticas, numa altura em que países da região se encontram à espera há vários anos para entrar no bloco comunitário.
Na declaração negociada pelos 27 Estados-membros da UE e acolhida pelos países candidatos dos Balcãs Ocidentais, os dois blocos frisaram que o alargamento da União é um "investimento geoestratégico na paz" e falaram num novo "dinamismo" neste processo que possibilita a sua aceleração.
Quando era primeiro-ministro português, António Costa defendia avanços no processo de adesão dos Balcãs com base no mérito.
Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro dos países dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, enquanto a Albânia, a Bósnia-Herzegovina, o Montenegro, a Macedónia do Norte e a Sérvia têm oficialmente o estatuto de países candidatos.
Entretanto, foram iniciadas negociações e abertos capítulos de adesão com o Montenegro e a Sérvia, além de que as negociações com a Albânia e a Macedónia do Norte foram iniciadas em julho de 2022 e o Kosovo apresentou a sua candidatura à adesão em dezembro de 2022.
Desde 2018 que se realizam cimeiras regulares entre a UE e os Balcãs Ocidentais, sendo que a última decorreu em Bruxelas em dezembro de 2023.
No passado dia 01 de dezembro, António Costa começou o seu mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu, sendo o primeiro socialista e o primeiro português neste cargo.
[Notícia atualizada às 20h20]
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