Irmão de atacante de Nova Orleães já falou com FBI e está "em choque"

O irmão mais novo do suspeito do ataque em Nova Orleães que marcou o Ano Novo diz que "não parece real". À imprensa norte-americana afirma que o irmão mudou de comportamento, mas que nunca se previu que este estivesse radicalizado. Autoridades já confirmaram apoio do suspeito, de 37 anos, ao Daesh.

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© ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
03/01/2025 17:17 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

Mundo

Nova Orleães

O irmão do suspeito do ataque em Nova Orleães, que deixou, para já, 14 mortos e dezenas de feridos, confessou estar em "choque" com a tragédia no dia de Ano Novo.

 

"A situação apanhou todos de surpresa", referiu Abdur-Rahim Jabbar à CBS News, acrescentando que o irmão sempre esteve ligado à religião, mas que nunca viu que este se fosse radicalizar.

Segundo o que explicou o jovem, de 24 anos, ele e o irmão, de 42, nunca foram muito próximos devido à diferença de idades, mas aproximaram-se em 2023, aquando tiveram de tomar conta do pai, que teve um acidente vascular cerebral.

Segundo o irmão, o suspeito, Shamsud-Din Jabbar, que também acabou por morrer, tinha passado por um terceiro divórcio. Durante a sua vida, conta ele, sempre foi um "um forte defensor de que o casamento se mantivesse unido". Abdur-Rahim Jabbar acrescentou que o irmão também lhe disse que tinha abandonado "hábitos" como a bebida, as drogas e o sexo fora do casamento.

"Ele era muçulmano praticante desde criança e tudo mais, e acho que se afastou da religião em algum momento de sua vida, e depois voltou a ela", explicou, sublinhando que não o via a radicalizar-se e que a família está em choque também.

O irmão já falou com o FBI, que investiga a situação e não tem dúvidas acerca de uma ligação ao autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), que terá começado "antes do verão", segundo o que foi dito na quinta-feira em conferência de imprensa.

FBI:

FBI: "Até agora, não há ligação entre ataque em Nova Orleães e Las Vegas"

Pouco mais de 24 horas após o ataque que fez 14 vítimas mortais e dezenas de feridos em Nova Orleães, a investigação continua - e ainda numa fase "inicial". Apesar disto, as autoridades já garantem que este foi "um ato de terrorismo" e que o suspeito, que também morreu, se juntou ao Daesh "antes do verão".

Notícias ao Minuto | 16:35 - 02/01/2025

Segundo o irmão mais novo, o comportamento Shamsud-Din Jabbar tinha mudado recentemente. À publicação disse que o modo de vestir do irmão se tornou mais modesto, assim como foram retiradas tatuagens do seu corpo.

"Nada disto parece real, mas a cada momento que alguém me procura -  jornalistas, qualquer pessoa, o FBI - isto solidifica-se como sendo real", explicou Abdur-Rahim Jabbar, rematando: "Também não consigo imaginar o que as famílias [das vítimas] estão a passar. Tenho a certeza de que estão a sofrer tanto como eu, como a minha família".

Note-se que Shamsud-Din Jabbar avançou com um carro numa zona de Nova Orleães, no estado norte-americano de Luisiana, na madrugada de Ano Novo. deixou pelo menos 14 mortos e dezenas de feridos.

Em conferência de imprensa, o FBI garantiu que o homem tinha ligações ao Daesh, mas que para já não havia ninguém que estivesse provado como envolvido na situação. As autoridades estão, no entanto, a seguir o rasto de outras pessoas, inclusive, noutros estados. Estão empenhados na investigação mais de mil agentes, que verificam as imagens de videovigilância.

Nova Orleães. Responsável 'apanhado' em videovigilância antes de ataque

Nova Orleães. Responsável 'apanhado' em videovigilância antes de ataque

O Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos divulgou ainda uma fotografia de uma das geleiras com explosivos deixadas pelo homem de 42 anos no cruzamento das ruas Bourbon e Orleans.

Notícias ao Minuto | 10:37 - 03/01/2025

Nas redes sociais o suspeito deixou mensagens em que prestava apoio ao Daesh, tendo mesmo dito que já tinha planeado magoar a família, mas recuou convencido de que as notícias consequentes não se iriam concentrar "na guerra entre os crentes e os não-crentes".

Note-se que uma das vítimas mortais é um lusodescendente. Matthew Tenedório tinha 25 anos e era neto e filho de emigrantes de Vila Nova de Cerveira, no Minho.

Note-se ainda que as autoridades já afastaram qualquer ligação entre este ataque e um outro que aconteceu com diferença de outras junto ao Hotel Internacional Trump em Las Vegas, no nevada, onde um militar no ativo morreu com um ferimento de bala "autoinfligido". O carro onde seguia, um tesla Cybertruck explodiu, tendo foguetes no interior e a tragédia deixou ainda sete pessoas feridas com pouca gravidade. Este homem, de 37 anos, deixa uma filha bebé, e teria sido deixado pela esposa na altura do Natal. Antes de morrer contactou algumas ex-namoradas e um familiar, o tio, diz que este era "patriota" e que "adorava Trump".

Leia Também: Homem que morreu em Tesla tinha ferimento de bala na cabeça, diz polícia

Leia Também: Relatório de 2019 já alertava para perigo de terrorismo em Nova Orleães

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