Presidência sul-africana do G20 enfrenta pressão crescente, alerta ISS

Uma análise do Instituto de Estudos de Segurança (ISS) refere hoje que a presidência sul-africana do G20 está a enfrentar uma pressão crescente, sendo que "um dos seus membros mais poderosos [EUA], está ativamente desinteressado".

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© Brenton Geach/Gallo Images via Getty Images

Lusa
12/02/2025 12:11 ‧ há 3 horas por Lusa

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"Acolher o G20 no primeiro ano de uma presidência Trump 2.0 seria um desafio para qualquer país. No entanto, a África do Sul enfrenta um teste mais difícil que levará a sua máquina diplomática ao limite", lê-se na análise, onde a instituição indica que, este ano, quando a África do Sul acolher a cimeira do G20, será a primeira vez que o encontro terá lugar em solo africano.

 

Este marco, segundo os autores, surge numa altura "de fluxo geopolítico, ampliando as questões sobre a capacidade de Pretória [capital administrativa da África do Sul] para navegar nas linhas de falha globais, particularmente com o regresso do Presidente dos EUA, Donald Trump".

Por tudo isto, lê-se, que " a África do Sul pode enfrentar um cenário sem precedentes: uma presidência do G20 em que a presença dos EUA é reduzida, combativa ou totalmente ausente".

Não esquecendo que embora "as anteriores presidências do G20, sob a égide da Índia, da Indonésia e do Brasil, também tenham tido de equilibrar as prioridades nacionais e globais, nenhuma delas teve de navegar numa ordem multilateral fraturada sob a presidência de Trump".

Para os autores, o momento não poderia ser mais incómodo. "A África do Sul tem-se esforçado por reforçar a sua reputação como potência média de confiança e maximizar o papel do G20 como ponte entre o G7 e os países BRICS+ para a construção de consensos globais", acrescenta-se.

Lê-se, ainda no artigo, que "o país pretende tirar partido do êxito da Cimeira dos BRICS de 2023, que permitiu a expansão do bloco - uma importante vitória da política externa da África do Sul."

Embora o desafio de equilibrar a política interna e externa seja universal, a situação da África do Sul é única, sendo que, "com o segundo mandato de Trump, a ordem baseada em regras pode não só ser quebrada, como pode deixar de existir por completo. Isto coloca a África do Sul em águas desconhecidas".

Se o país pode realmente representar os interesses de África no G20 é uma questão em aberto.

Isto porque, embora Pretória tenha desempenhado um papel fundamental na coordenação continental durante a pandemia de covid-19 e liderado a missão de paz Ucrânia-Rússia de 2023, o panorama atual é mais complexo, sustenta-se.

E também porque, apesar da admissão da União Africana (UA) no G20 em 2023 significar que a África do Sul já não representa apenas o continente, a sua influência continua a ser distinta enquanto membro fundador do G20.

No entanto, "a aspiração da África do Sul a ser a voz de África é complicada pelos laços tensos com os principais atores regionais, incluindo a Nigéria, Marrocos e Ruanda".

Embora estas tensões não sejam novas, "estão agora a aumentar - particularmente sob uma segunda administração Trump" e "estas divisões também irão frustrar a integração continental, nomeadamente no âmbito da Zona de Comércio Livre Continental Africana", conclui-se.

Assim sendo, a "África do Sul tem de lidar com estas relações bilaterais tensas a par de outros desafios de política externa, como a sua posição no conflito Rússia-Ucrânia e as suas ações judiciais contra Israel em relação a Gaza".

Leia Também: Brasil reunirá ministros africanos na Aliança Global Contra a Fome

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