"Estou grato ao Presidente Vladimir Putin e a todos aqueles que ajudaram", disse Vinnik, à chegada à capital russa, pouco depois da meia-noite (21 horas de quinta-feira em Lisboa), informou a agência de notícias estatal russa TASS.
Alexander Vinnik, um especialista em Tecnologias de Informação, foi extraditado em agosto de 2022 da Grécia para os EUA, onde enfrentava 21 acusações, incluindo roubo de identidade, cumplicidade no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, através da plataforma de troca de criptomoedas BTC-e, encerrada em 2017.
A justiça norte-americana acusou-o de ter sido "um dos operadores" desta plataforma, que era "um dos principais canais utilizados por criminosos de todo o mundo para transferir, branquear e deter o produto das suas atividades ilegais", segundo um comunicado divulgado em maio passado.
Os Estados Unidos aceitaram a libertação de Vinnik em troca do norte-americano Marc Fogel, detido desde 2021 na Rússia e libertado na terça-feira, disse um funcionário norte-americano que não quis ser identificado, citado pelas agências internacionais.
Vinnik foi também condenado em 2022 a cinco anos de prisão por branqueamento de capitais pela justiça francesa.
"O regresso de Alexander Vinnik dos Estados Unidos é mais uma vitória para a diplomacia russa e para todos os serviços e departamentos envolvidos no processo da sua libertação", afirmou o presidente do Comité de Assuntos Internacionais do parlamento da Rússia, Leonid Slutsky.
Na terça-feira, o Kremlin (presidência russa) disse que tinha "negociado uma troca" que mostrava "a boa vontade dos russos" e esta sinalizava que se está "a avançar na direção certa para acabar com a terrível e violenta guerra na Ucrânia", segundo um comunicado divulgado por ocasião da libertação de Marc Fogel.
Questionado sobre os termos da troca, Donald Trump disse na terça-feira à noite que eram "muito justos, muito razoáveis".
Só na quarta-feira é que o Kremlin confirmou que a libertação pela Rússia de Fogel fez parte de uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos, que nos próximos dias iria libertar um cidadão russo.
Questionado sobre as declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que a libertação de Fogel pode ser um elemento para ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia, Dmitri Peskov, o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, respondeu que qualquer acordo é um passo para aumentar a confiança mútua.
Fogel, nascido em 1959, é um professor norte-americano que foi detido em agosto de 2021 pelas autoridades russas por tentar entrar no país com canábis medicinal.
O professor tinha sido condenado a 14 anos de prisão em junho de 2022.
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