EUA continuam programas para "salvar vidas" de moçambicanos com VIH/Sida

O embaixador norte-americano em Moçambique disse hoje que o país vai continuar a implementar programas para "salvar vidas" de moçambicanos com VIH/Sida, manifestando também interesse em tornar a cooperação "mais forte e segura".

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© Jens Kalaene/picture alliance via Getty Images

Lusa
19/02/2025 18:08 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

VIH/SIDA

"Nós vamos continuar nossos programas de salvar vidas de dois milhões de moçambicanos que têm HIV", disse Peter Vrooman, após um encontro com o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, em Maputo.

 

Apesar do corte da ajuda internacional norte-americana, o embaixador afirmou que continuam a ser implementados alguns programas de assistência humanitária, nos quais têm estado a trabalhar com diferentes parceiros para os "salvaguardar".

"Alguns projetos estão na situação de pausa, mas temos isenções nalguns projetos que salvam vidas, ou seja, projetos do PEPFAR [Plano de Emergência da presidência norte-americana para o Alívio da SIDA], os antirretrovirais, e também a logística pelo setor de saúde", referiu o embaixador dos Estados Unidos da América (EUA).

O Governo moçambicano afirmou, no passado dia 07, que a suspensão da ajuda internacional norte-americana compromete programas de saúde em Moçambique, com destaque para o VIH/Sida, e que estava em "diálogo" com a embaixada dos EUA para "mitigar os impactos".

"A retirada brusca desse apoio compromete, como podem imaginar de alguma forma, a eficiência na implementação desses programas (...) O apoio do Governo americano financia uma parte considerável da provisão de profissionais de saúde e sobretudo na área de assistência de HIV/SIDA", disse, na altura, Inocêncio Impissa, porta-voz do Governo moçambicano e ministro da Administração Estatal e Função Pública.

Reconhecendo a "gravidade da medida" anunciada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, o governante moçambicano garantiu, contudo, a continuidade de serviços essenciais de saúde, pedindo que a população não entre em pânico.

Segundo o diplomata norte-americano, no encontro com o chefe de Estado moçambicano foi também discutido o reforço das relações bilaterais entre os EUA e Moçambique, havendo interesse mútuo em tornar a cooperação "mais forte, segura e próspera".

"Eu espero que nós possamos começar os processos de discussão e conversas entre nós sobre o futuro mais próspero, mais seguro e mais forte", frisou Peter Vrooman.

No final de janeiro, Trump deu ordem para congelar a ajuda externa do seu país, canalizada principalmente através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), uma organização da qual também ordenou o despedimento da maioria dos seus funcionários em todo o mundo.

A decisão provocou o pânico entre as organizações humanitárias de todo o mundo que dependem dos contratos dos EUA para continuarem a funcionar.

Em 13 de fevereiro, um juiz federal bloqueou temporariamente a ordem do Presidente dos EUA, Donald Trump, de congelar a ajuda externa dos EUA, enquanto outro tribunal suspendeu o desmantelamento da USAID.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, os Estados Unidos são, de longe, o maior fornecedor de ajuda externa, com quase 68,9 mil milhões de euros investidos até 2023, representando 40% da ajuda humanitária global.

Leia Também: Corte dos EUA ameaça vida de infetados com VIH no Sudão do Sul e Quénia

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