"Esta conversa continua", disse o funcionário à agência noticiosa France-Presse (AFP), falando sob condição de anonimato.
"Há uma troca constante de projectos de documentos, enviámos outro ontem [quinta-feira] e estamos à espera de uma resposta" dos Estados Unidos, acrescentou a fonte.
No início deste mês, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que queria negociar um acordo com a Ucrânia para obter acesso a 50% dos seus minerais estratégicos em compensação pela ajuda militar e económica ucraniana já entregue a Kiev, uma proposta descrita por alguns meios de comunicação ocidentais como a "colonização" do país.
O anúncio foi seguido de uma aproximação entre a Rússia, que invadiu o vizinho ucraniano há três anos, e Washington, até então um aliado fundamental de Kiev nas suas relações com Moscovo. Donald Trump retomou a retórica do Kremlin, culpando a Ucrânia pela invasão russa.
Por seu lado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou a primeira proposta norte-americana sobre os minerais ucranianos, argumentando que não oferecia garantias de segurança ao seu país.
No entanto, abriu a porta aos "investimentos" norte-americanos em troca de tais garantias.
"Estou a defender a Ucrânia, não posso vender o nosso país. Não posso vender o nosso país, é só isso", afirmou aos jornalistas na quarta-feira.
Zelensky considerou que o acordo proposto, na atual versão, não "protege" a Ucrânia, enquanto Kiev pretende que qualquer acordo que ponha fim à guerra seja acompanhado de "garantias de segurança" para evitar qualquer nova invasão russa.
"Repito, estamos prontos para um documento sério. Precisamos de garantias de segurança", insistiu, argumentando que a parte norte-americana não está a ter uma "conversa séria".
A aproximação entre Moscovo e Washington suscitou o receio de uma rutura entre os Estados Unidos e a Ucrânia, que depende crucialmente da ajuda norte-americana para resistir à invasão russa.
Trump e Zelensky trocaram ataques pessoais sem precedentes após as conversações russo-norte-americanas de terça-feira na Arábia Saudita, as primeiras a nível de chefes de diplomacia em três anos de invasão.
Zelensky disse que Trump estava a ser influenciado pela "desinformação russa", ao que o Presidente norte-americano respondeu a acusar o homólogo ucraniano de era um "ditador sem eleições".
Leia Também: Guerra na Ucrânia? "Estamos à beira da paz na Europa"