Moçambique quer repelir ataques de grupo com reivindicações desconhecidas

O Governo moçambicano prometeu hoje repelir qualquer ataque protagonizado pelo grupo paramilitar localmente designado Naparamas, indicando que desconhece as suas reclamações, após o mesmo atacar aldeias nas províncias da Zambézia e Nampula.

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Pretilério Matsinhe
21/02/2025 12:24 ‧ ontem por Pretilério Matsinhe

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Moçambique

"Estamos atentos, as Forças de Defesa e Segurança [FDS] e as autoridades locais, em forma de proteção das populações, deverão repelir naturalmente qualquer situação que ponha em perigo a vida dos moçambicanos, essa é a responsabilidade do Estado, essa é a responsabilidade das autoridades, e esforços têm estado a ser feitos, portanto, são medidas combinadas que têm sido testadas para garantir que isto não aconteça", declarou o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa.

 

Em conferência de imprensa em Maputo para apresentar mais um balanço das atividades dos primeiros cem dias de governação, Impissa disse que o executivo busca informações para identificar a origem das reivindicações do referido grupo paramilitar com o objetivo de solucioná-las.

"Não sabemos o que reclamam efetivamente, este é que é o problema grande e normalmente é preciso saber o que é que se reivindica para depois daí sabermos como é que se ajustam as reivindicações, as prováveis medidas ou soluções a estes que se dizem Naparamas (...) Eles nos ouvem e o que esperamos é que se aproximem às autoridades e apresentem as suas reivindicações", disse aos jornalistas o porta-voz.

Os Naparamas são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 1980, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, atuando em comunidade.

Historicamente, os Naparamas classificam-se como uma força que se organizou espontaneamente para a autodefesa da população perante a guerra e os seus elementos submetem-se a ritos de iniciação, destinados a dar-lhes alegada "proteção sobrenatural" que acreditam que os torna imunes, até a balas.

Quatro supostos membros do grupo foram mortos na segunda-feira após confrontos com a Polícia da República de Moçambique (PRM) enquanto tentavam invadir um posto administrativo na província da Zambézia, centro do país, disse fonte oficial.

Em 02 de janeiro, supostos elementos do mesmo grupo decapitaram um secretário de bairro no distrito de Murrumbala, na província da Zambézia, e colocaram a cabeça da vítima numa praça pública, disse à Lusa fonte policial.

Também em Nampula, a PRM atingiu a tiro sete membros dos Naparamas que tentavam invadir um posto administrativo naquela província do norte do país, afirmaram, no passado dia 07, as autoridades policiais, sem confirmar se estes morreram.

Em 12 de fevereiro, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, pediu ao novo vice-comandante-geral da PRM, Aquilasse Manda, para combater os ataques, com recurso a armas brancas, atribuídos a este grupo paramilitar, indicando que estes "tentam bloquear" vias vitais para o desenvolvimento do país, o que afeta a circulação de pessoas e bens.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo então candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Atualmente, os protestos, em pequena escala, têm ocorrido em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

Leia Também: Luso-moçambicano raptado por quatro pessoas armadas em Maputo

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