Alemanha acusa Rússia de espalhar desinformação na campanha eleitoral

O Governo da Alemanha acusou hoje a Rússia de aproveitar a campanha eleitoral alemã para espalhar desinformação nas redes sociais e destruir a confiança na democracia, dois dias antes das eleições gerais.

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© Michael Kappeler/picture alliance via Getty Images

Lusa
21/02/2025 15:49 ‧ ontem por Lusa

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Alemanha

As autoridades "têm informações sobre operações de influência e desinformação vindas da Rússia e isso é exatamente o que esperavam", disse o porta-voz do Ministério do Interior alemão, Maximilian Kall, em conferência de imprensa.

 

Duas operações foram reveladas esta semana pelas autoridades, salientou Kall.

No primeiro caso, vídeos falsos mostraram boletins de voto na cidade de Leipzig, no leste do país, onde o nome do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) não aparece, disse Kall.

No segundo exemplo, vídeos falsos alegavam que os boletins de voto em nome da AfD estavam a ser lançados num triturador em Hamburgo (norte).

O 'modus operandi' da campanha é semelhante, segundo o Governo alemão, às operações de propaganda do grupo russo Storm-1516.

Esta célula ligada ao Kremlin também atuou durante as eleições nos Estados Unidos para desacreditar a candidata democrata Kamala Harris, que perdeu as eleições presidenciais norte-americanas para Donald Trump.

"O objetivo destas operações de influência é destruir a confiança na democracia", disse Maximilian Kall.

No entanto, Kall sublinhou que estas campanhas de desinformação tiveram um impacto limitado.

A Alemanha, o principal apoiante militar da Ucrânia na Europa, está em alerta face às tentativas russas de desestabilizar a eleição.

O Kremlin utiliza portais de notícias falsas, artigos difamatórios e ataques cibernéticos para influenciar e desinformar, afirmaram os serviços de informação alemães em dezembro.

Questionado sobre a ameaça que representa a rede social X - do multimilionário Elon Musk, conselheiro próximo do Presidente norte-americano, Donald Trump - poderia representar, Kall garantiu que não observou "qualquer influência" nas eleições alemãs vinda dos Estados Unidos. Também se absteve de classificar como desinformação a retórica da Administração Trump contra o Governo alemão.

Na semana passada, o Vice-Presidente dos EUA, J.D. Vance, apelou aos principais partidos alemães para abandonarem o cordão sanitário contra a extrema-direita e atacou a conceção sobre a liberdade de expressão da Europa.

Políticos alemães denunciaram "ingerências" no meio das crescentes tensões com o Governo Trump. Há vários meses que Elon Musk tem vindo a elogiar a AfD e a criticar, chegando mesmo a insultar, os dirigentes alemães.

Nas sondagens, a AfD terá cerca de 20% dos votos nas eleições legislativas de domingo, ficando atrás do partido conservador União Democrata-Cristã (CDU).

Leia Também: Crise económica preocupa alemães, mas fica fora do debate político

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