Irão recusa negociações diretas com Estados Unidos sobre programa nuclear

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, excluiu hoje qualquer negociação direta com os Estados Unidos no atual contexto de "pressão máxima" do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o programa nuclear iraniano.

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© AFP via Getty Images

Lusa
25/02/2025 14:03 ‧ há 3 horas por Lusa

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Irão

"Não negociaremos sob pressão, ameaças ou sanções", declarou Araghchi durante uma conferência de imprensa conjunta em Teerão com o homólogo russo, citado pela agência francesa AFP.

 

"Não haverá possibilidade de negociações diretas entre nós e os Estados Unidos sobre a questão nuclear", acrescentou, ao lado de Serguei Lavrov.

O ministro russo chegou hoje a Teerão para uma visita dedicada em parte à situação no Médio Oriente.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reimpôs uma política de "pressão máxima" sobre o Irão, pouco depois de regressar à presidência, para impedir Teerão de desenvolver armas nucleares.

Washington decretou na segunda-feira novas sanções contra indivíduos e navios ligados à indústria petrolífera iraniana, a segunda medida deste tipo desde o início do ano.

O chefe da diplomacia iraniana disse que está a coordenar as posições do Irão sobre o acordo nuclear em cooperação com "os amigos na Rússia e na China".

Araqchi disse ter informado Lavrov de uma reunião realizada na segunda-feira, em Genebra, Suíça, entre diplomatas iranianos e representantes do Reino Unido, Alemanha e França, que descreveu como construtiva.

Lavrov disse acreditar que "o recurso da diplomacia ainda existe e não pode ser negligenciado".

"Deve ser utilizado da forma mais eficaz possível, sem ameaças ou insinuações da possibilidade de algum tipo de uso da força", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

O Irão e seis potências nucleares assinaram um pacto nuclear em 2015 que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções.

Trump abandonou o acordo unilateralmente em 2018 e voltou a impor medidas económicas coercivas contra Teerão.

Depois de regressar ao poder em janeiro, Trump disse que quer negociar um acordo com Teerão e que há duas opções para impedir que o Irão obtenha uma arma nuclear: um novo acordo ou bombardear o país.

Mas o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, rejeitou a possibilidade de negociações, afirmando que falar com Washington "não é sensato, não é inteligente e não é honroso".

Após a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear, o Irão tem estado a enriquecer urânio muito acima do nível permitido.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o Irão já tem 182,3 quilos enriquecidos a 60% de pureza, perto de 90% para uso militar.

Leia Também: MNE iraniano vai reunir-se com dirigentes do Hamas no Qatar

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