Eslováquia distancia-se da Ucrânia na disputa com EUA

A Eslováquia demarcou-se hoje da alegada intenção da Ucrânia e da União Europeia de chegar a acordo de "paz pela força" com a Rússia e reiterou a sua decisão de não apoiar Kyiv, nem militar nem economicamente.

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Lusa
01/03/2025 12:56 ‧ há 3 horas por Lusa

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"A Eslováquia tem reservas quanto à estratégia irrealista da 'paz pela força', que supostamente serve apenas como razão para a continuação da guerra na Ucrânia", referiu, em comunicado, o primeiro-ministro do Governo populista pró-russo, Robert Fico, em comunicado citado pela EFE.

 

Fico fez eco das palavras do presidente norte-americano, Donald Trump, considerando igualmente que "a Ucrânia nunca será suficientemente forte para lutar numa posição de poder militar".

Bratislava vai manter a sua posição na cimeira europeia, na quinta-feira, em Bruxelas de não apoiar o país invadido, seja com dinheiro ou armas, "para o impedir de continuar a guerra".

Segundo o primeiro-ministro, a Eslováquia vai abordar, naquele fórum, "a necessidade de um cessar-fogo imediato, independentemente de quando for alcançado um acordo de paz final", embora reconheça que "os países membros da UE rejeitam" esta proposta.

Outra das exigências que Bratislava vai levar à reunião é a de que a Ucrânia retome o fluxo de gás russo através do seu território, renovando o acordo que Kyiv recusou prolongar, quando expirou em dezembro, e que permitia que a Eslováquia fosse abastecida com gás russo.

A falta desta fonte de energia está a provocar uma redução preocupante das reservas de gás na Eslováquia, que não podem ser reabastecidas pelo gasoduto TurkStream, que transporta gás russo para a Europa de Leste através da Turquia, mas cuja capacidade é limitada.

Fico deu a entender que, se as suas propostas não forem tidas em conta, o Conselho Europeu de quinta-feira "poderá não conseguir chegar a acordo sobre as conclusões relativas à Ucrânia".

Na sexta-feira, Donald Trump e Volodymyr Zelensky protagonizaram uma discussão acesa perante os meios de comunicação, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington (EUA), sobre a situação na Ucrânia, na qual o presidente norte-americano acusou o homólogo ucraniano de "brincar com a Terceira Guerra Mundial" ao recusar aceitar um cessar-fogo com a Rússia.

O presidente ucraniano defendeu-se argumentando que não tinha garantias de segurança suficientes para assinar um cessar-fogo e teve também de lidar com o vice-presidente norte-americano, JD Vance, também presente, que acusou Zelensky de desrespeitar os esforços da Casa Branca para pôr fim ao conflito.

Zelensky e a delegação ucraniana acabaram por abandonar a residência oficial do presidente Trump.

A reunião falhada terminou também sem a assinatura de um acordo que a administração Trump e a Ucrânia estavam a negociar há semanas, segundo o qual os EUA teriam acesso à exploração das terras raras do país, em troca de continuarem a ajudar no esforço de guerra.

Leia Também: Zelensky está no Reino Unido. Vai reunir-se com Keir Starmer

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