"A parte mais difícil já passou", festejou o deputado do DEM, antigo HDP, Sirri Sureyya Onder, citado pela EuropaPress.
Segundo o deputado, o seu partido "fará a sua parte" para concluir o histórico anúncio de cessar-fogo anunciado pelo PKK.
"Esperamos que esteja tudo resolvido nos próximos três meses", disse ao diário turco Hurriyet, citado pela EuropaPress.
O DEM atuou como mediador entre o grupo armado e o Governo turco numa série de reuniões com o líder histórico do movimento, Abdullah Öcalan, detido na Turquia.
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) anunciou hoje um cessar-fogo total e um futuro desarmamento, dias após um apelo do líder histórico do movimento, Abdullah Öcalan, detido na Turquia.
"Para preparar o caminho para a implementação do apelo de Apo [Öcalan] à paz e a uma sociedade democrática, declaramos um cessar-fogo a partir de hoje", anunciou o comité executivo do PKK.
"Concordamos com o conteúdo do apelo tal como está, e declaramos que o respeitaremos e implementaremos", afirmou ainda o PKK, em maiúsculas, num longo texto escrito em turco.
Onder disse que nas próximas semanas terão início várias reuniões técnicas com o objetivo de pôr em prática o cessar-fogo, que inicialmente terá 12 semanas.
O conflito entre o Estado turco e o PKK, classificado como movimento terrorista por Ancara e pelos seus aliados ocidentais, causou mais de 40 mil mortos desde 1984.
Na sexta-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que o apelo feito de Öcalan representava "uma oportunidade histórica de avançar para o objetivo de destruir o muro do terrorismo".
"Nenhum membro desta nação, seja turco ou curdo, perdoará quem quer que seja que bloqueie este processo com discursos ou ações ambivalentes, como aconteceu no passado", acrescentou Erdogan, advertindo contra provocações.
Ainda na sexta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Esmaeil Baqaei, saudou o apelo de Öcalan como um passo para "renunciar à violência".
Na quinta-feira, também o presidente da região semiautónoma do Curdistão iraquiano, Nechirvan Barzani, saudou o apelo do líder histórico do PKK para que o movimento se dissolva e deponha as armas.
Um processo negocial entre o Governo turco e o PKK teve início em 2013, mas fracassou em 2015, tendo-se-lhe seguido uma vaga de combates em zonas de maioria curda no sudeste e no leste do país.
Embora o PKK tenha reivindicado desde a sua fundação a criação de um Estado independente, defende atualmente uma maior autonomia nas zonas de maioria curda, principalmente no leste e no sudeste da Turquia, parte do que é considerado o Curdistão histórico, que também se estende a partes da Síria, do Iraque e do Irão.
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