"Em 2024, a UE+ [União Europeia e também Suíça, Noruega e Islândia] recebeu cerca de um milhão de pedidos de asilo pelo terceiro ano consecutivo. No entanto, uma ligeira diminuição em comparação com 2023 refletiu o desvio do padrão sazonal típico no segundo semestre do ano", refere a EUAA no seu relatório sobre análise as tendências anuais, hoje publicado.
De acordo com a agência europeia, "várias das principais nacionalidades dos requerentes de asilo na UE+ registaram uma diminuição significativa em 2024", já que os pedidos de sírios (151.000), afegãos (87.000) e turcos (56.000) baixaram 17%, 24% e 45%, respetivamente, em comparação com 2023.
Entre o 'bolo' total de cerca de 1.014 000.pedidos de asilo na UE+, as nacionalidades latino-americanas também registaram "alterações notáveis nos pedidos de proteção em 2024", informa a EUAA em comunicado de imprensa.
Em concreto, os venezuelanos (74.000) apresentaram um número recorde de pedidos, num aumento de 9% em comparação com 2023, enquanto os pedidos dos colombianos (52.000) diminuíram quase um quinto (-18%) em 2024.
"No seu conjunto, estas duas nacionalidades não só representam a maioria dos requerentes de isenção de visto na UE+, como também representam mais de três quintos dos requerentes em Espanha", segundo a agência.
Ainda quanto a Espanha, "após um surto de chegadas de navios às Ilhas Canárias, os malianos (17.000) e os senegaleses (14.000) apresentaram mais do dobro dos pedidos na UE+, em comparação com 2023", é explicado.
No ano passado, a Alemanha (237.000) voltou a receber o maior número de pedidos de asilo na UE+, embora o número tenha sido um terço inferior (-29%), em relação ao ano anterior.
Embora Espanha (166.000), Itália (159.000) e França (159.000) tenham recebido números semelhantes aos do ano anterior de pedidos de asilo em 2024, voltando a representar cerca de 16% do total da UE+, estes Estados-membros foram confrontados "com uma nova dinâmica".
"Por exemplo, os peruanos (27.000), que continuaram a apresentar um número significativo de pedidos na UE+, passaram a apresentar os seus pedidos sobretudo em Itália em 2024, onde se tornaram a segunda nacionalidade mais populosa", especifica a EUAA.
Ainda em 2024, cerca de 4,4 milhões de pessoas deslocadas devido à invasão russa da Ucrânia estavam a receber proteção temporária na UE.
Alguns ucranianos apresentaram pedidos de asilo a países da UE, registando-se no ano passado "um número significativamente maior" de solicitações (para 27.000), uma subida de 90% face a 2023 e sobretudo a França e Polónia.
"O número de pedidos ucranianos recebidos em 2024 faz lembrar os números iniciais de 2022, após o início da invasão russa em grande escala da Ucrânia", conclui.
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