O encontro, destacado hoje pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, decorreu em Joanesburgo, na véspera do arranque da segunda cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que decorre até sábado.
Notando que as relações entre os dois países "atravessam o melhor momento de sempre", Xi afirmou que a China continua disposta a colaborar com Angola para traduzir a "confiança política recíproca" e a "complementaridade económica" numa cooperação mutuamente benéfica.
O Presidente chinês apelou ainda ao reforço do intercâmbio nas áreas da educação, cultura, assistência médica, comunicação social, juventude, turismo e recursos humanos.
"A China está disposta a promover a comunicação e coordenação com Angola em assuntos internacionais importantes, visando a defesa dos direitos e interesses comuns dos países em desenvolvimento", disse Xi.
Já José Eduardo dos Santos frisou o "sucesso" da sua visita de seis dias a Pequim, em junho passado, em que foi garantido um novo empréstimo da China a Angola, de seis mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros).
"Estou satisfeito por ver que os consensos importantes alcançados durante a minha visita estão a ser implementados por ambos os lados", afirmou o Presidente angolano, assinalando a disponibilidade de Angola em cooperar com a China em múltiplas áreas.
As conversações decorreram num período em que a transição da China para um modelo económico "menos intensivo" e com maior ênfase no consumo doméstico conduziu a uma queda na procura chinesa por matérias-primas.
Entre janeiro e junho, o investimento direto estrangeiro em África proveniente de Pequim recuou 43%, para 1,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,1 mil milhões de euros), segundo dados do Ministério do Comércio da China.
Em 2014, o "gigante" asiático liderou os destinos das exportações angolanas, dominadas pelo petróleo, tendo garantido 2,7 biliões de kwanzas (20,7 mil milhões de euros) e uma quota de 47%, segundo dados oficiais.
A Lusa noticiou a 12 de outubro passado que os bancos centrais de Angola e da China estão a acertar os pormenores de um acordo que vai permitir o uso das moedas nacionais de ambos os países nas trocas comerciais bilaterais.
Durante a FOCAC, Xi vai defender o reforço dos projetos de industrialização no continente e a aposta na cooperação securitária, segundo informou na quinta-feira uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.