"Os votos não estão todos contados, mas eu penso que ganhámos", afirmou Gudni Th. Jóhannesson, que celebra hoje 48 anos.
Os resultados oficiais parciais que se conhecem até agora dão-lhe 38% dos votos, à frente de todos os nove candidatos que se candidataram e com quase dez pontos de avanço me relação ao segundo.
Todas as sondagens anteriores às eleições apontavam também para a vitória do historiador numas eleições que se disputam apenas numa volta.
Gudni Th. Jóhannesson vai substituir Ólafur Ragnar Grímsson, de 73 anos, que está no cargo há vinte anos, um recorde neste país europeu de 330 mil habitantes.
A política islandesa foi este ano abalada pelos designados "Papéis do Panamá", uma investigação jornalística relacionada com paraísos fiscais que provocou a demissão do primeiro-ministro, Sigmundur David Gunnlaugsson. Por causa disso, a Islândia realiza eleições legislativas no outono.
Os "Papéis do Panamá" também salpicaram a família do Presidente e provocaram uma onda de protestos na Islândia.
Durante a campanha eleitoral, Gudni Th. Jóhannesson, que será o sexto Presidente do país desde que a Islândia se tornou independente da Dinamarca, em 1944, disse que pretendia superar o clima de confronto e deceção provocado pelos "Papéis do Panamá".
Por outro lado, defendeu uma revisão constitucional para permitir referendos de iniciativa popular e propôs transformar o Presidente numa figura mais simbólica do que até agora.
Gudni Th. Jóhannesson é visto como um homem de consensos, sóbrio e independente.
Por outro lado, e tal como a maioria dos islandeses, é um eurocético e hostil à adesão da Islândia à União Europeia.
O resultado do referendo britânico de quinta-feira, em que a saída do Reino Unido da União Europeia ganhou, "muda muito as coisas no bom sentido para os islandeses", afirmou, após conhecer-se o resultado da consulta.
Em 2015, o Governo de centro-direita da Islândia retirou a candidatura do país à adesão à União Europeia que havia sido apresentada em 2009 por um Executivo de esquerda.
Johannesson disse à agência de notícias AFP que a primeira coisa que fará após a eleição é ir a França ver o jogo de futebol da Islândia dos oitavos de final do campeonato europeu.
"A primeira coisa, a mais importante, é ir a França na segunda-feira para ver a Islândia jogar contra a Inglaterra", afirmou.