"Perante as informações sobre a evolução da pandemia e o brutal agravamento dos números de infetados e de óbitos, as atividades letivas presenciais devem ser suspensas, em nome da nossa preocupação primeira de garantir as condições de saúde de todos", adianta a FNE em comunicado.
A estrutura sindical liderada por João Dias da Silva adianta que os últimos dados da pandemia no país levaram a FNE a ajustar a sua posição, tendo em conta que são "inúmeras as declarações de especialistas que consideram indispensável a interrupção das atividades escolares".
Esta posição é ainda assente na constatação de que os trabalhadores da educação -- docentes e não docentes -- "não estão a ser considerados como prioritários para a vacinação, ao contrário do que recomenda a UNESCO".
"Assinalamos que a FNE sempre sublinhou a importância da atividade letiva presencial, em nome da equidade educativa e social", refere o comunicado, ao alertar que o "governo não dotou as escolas dos recursos indispensáveis para que as escolas estivessem preparadas para uma nova interrupção das atividades letivas presenciais".
Apesar disso, a preservação das condições de saúde da população leva à "conclusão de que é incontornável a interrupção das atividades letivas presenciais", refere a FNE.
Também em comunicado, a ASPL adianta que, face à "preocupante situação epidemiológica", reforçou junto do primeiro-ministro e do Ministério da Educação a necessidade de o "ensino passar a funcionar em regime não presencial.
"A ASPL voltou a lembrar ao governo que, apesar de todas as vantagens do ensino presencial, posição que é consensual aos professores, alunos, encarregados de educação, organizações sindicais, especialistas, governo e instâncias internacionais fundamentais, perante os dados relativos à pandemia da covid-19 no nosso país, e as medidas decretadas, e bem, para a combater (o confinamento geral), é urgente passar todo o ensino ao regime não presencial", refere a organização sindical.
Segundo a ASPL, será mais "prudente, durante este período de confinamento geral do país, o ensino, de todos os níveis e ciclos, incluindo o ensino superior, passar a funcionar à distância, mantendo-se apenas abertas as escolas para os alunos cujos pais pertencem a serviços essenciais ou para aqueles que não têm condições para continuarem o ensino a partir de casa.
Portugal contabilizou hoje 167 mortes, um novo máximo de óbitos em 24 horas relacionados com a covid-19, e 6.702 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o boletim epidemiológico da DGS Portugal ultrapassou hoje os nove mil mortos relacionados com a covid-19, desde o início da pandemia, em março de 2020, ao serem contabilizadas 9.028 mortes, e um total de 556.503 infeções pelo vírus SARS-CoV-2.
O boletim revela também que hoje foram ultrapassados os cinco mil internamentos hospitalares por covid-19, encontrando-se 5.165 pessoas internadas, mais 276 do que no domingo, das quais 664 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais 17, dois valores que representam novos máximos da fase pandémica.