"O que se passa na vida do partido é com o partido. Eu respeito o que o partido fizer, como respeito a vontade dos portugueses quando votarem em outubro [nas eleições legislativas]", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o chefe de Estado, o encontro com Rui Rio, que decorreu num hotel do Porto, "foi uma urgência", pois tinha que ouvir o líder do PSD no âmbito de alguns diplomas sobre os quais tem decisões pendentes.
"Não interfiro, nem vou interferir. As questões de um partido A, B, C ou D é dele. Eu pedi a Rui Rio para ter uma breve conversa com ele hoje porque tínhamos calendários completamente incompatíveis para a semana para tratar três problemas de política interna e outro de política externa e em que era muito importante saber a opinião, porque tenho que tomar decisões sobre diplomas e tinha que falar com ele antes de tomar a decisão no começo da semana que vêm", justificou.
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o diploma mais urgente é o da descentralização.
"Eu queria ouvir a posição do PSD, atendendo à posição da Associação Nacional de Municípios. Mas, havia outros temas que estão pendentes no parlamento e que são urgentes e, por isso, é que lhe pedi, atendendo que na semana que vêm não era possível, antes de tomar a decisão, falar com Rui Rio, pedi-lhe para falar comigo hoje", argumentou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas à entrada de um concerto na Casa da Música, no Porto.
Questionado sobre as movimentações internas no PSD, o Presidente da República reiterou que "a vida do PSD é com o PSD e a escolha dos portugueses relativamente ao futuro do pais é com os portugueses".
"Os portugueses escolherão em outubro quem querem para governar o país", sublinhou, recusando comentar se o atual momento político vivido no seio do PSD favorece uma maioria absoluta do PS.
Este encontro de Marcelo Rebelo de Sousa com o líder do PSD aconteceu no mesmo dia em que o antigo líder parlamentar social-democrata Luís Montenegro desafiou Rui Rio a marcar eleições diretas, apresentando-se como candidato à liderança do partido.
Entretanto, para segunda-feira está agendada uma audiência do Presidente da República com Luís Montenegro.
"[Luís] Montenegro pediu-me há dias para ser recebido. Eu recebo segunda-feira. Eu vou ouvir. Pedem-me uma audiência, eu vou ouvir, não tenho que me pronunciar", defendeu, reiterando mais uma vez que "o Presidente da República não tem que se meter na vida dos partidos".