Inês de Sousa Real apresentou, este sábado, a moção global estratégica da sua candidatura (a única) para substituir André Silva, enquanto porta-voz do PAN. Subordinado ao mote 'Semear o futuro, 10 anos a fazer avançar a mudança', o VIII Congresso do PAN decorre entre hoje e amanhã, em Tomar, e dele sairá também uma nova Comissão Política Nacional.
Na sua intervenção perante os congressistas, a deputada começou por destacar o "momento extraordinário do partido", em que são assinalados, "com orgulho, os 10 anos do primeiro partido português que trouxe para o panorama político uma visão global e integradora, mas também e de forma disruptiva as causas animal e ambiental".
"Muitos consideraram-nos um epifenómeno! Mas o tempo deixou claro que são cada vez mais as eleitoras e os eleitores que se identificam com o ideário do PAN!", vincou.
Respondendo aos anseios dos jovens, o PAN, defendeu a parlamentar, "foi o único partido que desde o início colocou na agenda política nacional as questões do Clima e da Proteção animal".
É então chegado um "momento decisivo", que "exige uma visão global de futuro e para a qual o PAN está mais do que convocado". É, com efeito, neste segmento que Inês Sousa Real se apresentou no Congresso com a moção 'As Causas Primeiro'. Esta é uma "moção global de estratégia que visa apostar na mudança de paradigma em que vivemos e em que os partidos tradicionais continuam a não dar resposta", destacou.
Aos olhos da parlamentar, perante a "crise ambiental que vivemos e o declínio vertiginoso da biodiversidade", torna-se imperioso promover "a regeneração dos ecossistemas, a preservação dos poucos habitats que ainda persistem, a salvaguarda dos oceanos, a proteção das espécies, entre muitas outras medidas que impeçam que este planeta se torne um planeta mais silencioso e menos vivo".
E tal só será possível "através de uma transição para um modelo económico mais justo para todas as pessoas, para todas as gerações, garantindo sempre os direitos da natureza e dos animais".
A futura porta-voz do partido tem consciência que o caminho "não será fácil e implica considerarmos não apenas as pessoas mas também os animais", mas o PAN irá continuar "a defender que compete ao Estado assegurar a proteção da vida animal independentemente da finalidade a que se destina e que tal deve estar expressamente previsto na nossa lei fundamental, ou seja na Constituição da República Portuguesa".
É ainda urgente "abolir práticas anacrónicas como as touradas que já não deviam ter lugar em pleno século 21 ou outras formas de abuso e exploração que não se coadunam com os valores éticos e civilizacionais do nosso tempo".
A moção hoje apresentada almeja "ser uma alternativa aos modelos de governança até aqui prosseguidos porque acreditamos que pela positiva conseguimos trazer para a esfera política estas preocupações, assim como um novo modelo de desenvolvimento, que estará mais próximo das necessidades das populações".
No final da sua intervenção, Inês Sousa Real citou Ruth Bader Ginsburg, que um dia disse: "Luta por aquilo de que gostas, mas fá-lo de forma a que outros se queiram juntar a ti".
Leia Também: "Tauromaquia faz falta à cultura portuguesa como um acordeão num funeral"