Promessas de reindustrialização são "sol de pouca dura" de PS e PSD

O secretário-geral do PCP sublinhou hoje que as promessas de PS e PSD de reindustrialização do país são "sol de pouca dura" e acusou os sucessivos executivos de desperdiçar "todas as oportunidades" para valorizar o aparelho produtivo.

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Lusa
06/07/2021 20:22 ‧ 06/07/2021 por Lusa

Política

PCP

impressionante. Quem ouve PS e PSD a falar de reindustrialização e dos objetivos da União Europeia (UE) às vezes até parece que mudaram de discurso. Que é preciso reindustrializar o país. Mas é sol de pouca dura, pois na realidade, perante os processos práticos de decisão política, continuam a comportar-se da mesma forma, ou seja, a permitir a destruição, degradação e envelhecimento do nosso aparelho produtivo, desperdiçando todas as oportunidades de o valorizar", considerou Jerónimo de Sousa.

Durante o encerramento de uma mesa-redonda intitulada "Produção nacional de embarcações e navios - O desenvolvimento do aparelho produtivo e do setor marítimo-portuário", em Lisboa, que contou com a presença de trabalhadores dos estaleiros navais de Viana do Castelo e do Arsenal do Alfeite, em Almada (Setúbal), da Transtejo, entrou outros, o dirigente comunista sustentou que o investimento público também "contribui para a dinamização das atividades produtivas do setor privado de que o país também precisa".

"Ao contrário do que tem gritado toda a direita, que exige que os fundos comunitários sejam oferecidos em subsídio às empresas privadas, principalmente às maiores", sustentou.

Para Jerónimo de Sousa, "o caminho tem que ser obrigatoriamente outro, diferente do que tem sido imposto".

Por isso, os recursos públicos, provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou do Orçamento do Estado, tem de ser mobilizados no investimento das "várias dimensões do nosso aparelho produtivo".

Para o secretário-geral, Portugal "precisa de substituir importações por produção nacional" e, como exemplo desta reivindicação, recordou as embarcações da Marinha que estão para reparação nos Países Baixos, mas que "podiam e deviam ser reparados no Alfeite".

"É o Estado português, e em concreto os seus sucessivos governos, que têm tratado de liquidar a capacidade da nossa Marinha de Guerra de proceder à reparação da sua própria frota. Adiam-se investimentos de pouca monta indispensáveis para assegurar a capacidade produtiva -- como é o caso aqui trazido do alargamento da Doca Seca -- e depois gastam-se essas poupanças a comprar serviços" nos Países Baixos, completou.

Na sessão também estiveram presentes pescadores. Depois de ouvir vários representantes de sindicatos de pescadores sobre as dificuldades que este setor enfrenta, Jerónimo concluiu que "os sucessivos governos vivem ajoelhados aos pés da Política de Pescas Comum e sem apostarem na pesca nacional".

"Tanto mar... O que é que fazemos dele é a grande questão", finalizou o secretário-geral comunista.

Leia Também: PCP quer estratégia para desenvolver carências alimentares

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