Paulo Rangel acredita que o cenário de eleições antecipadas é "altamente provável", no rescaldo do chumbo do Orçamento do Estado para 2022, na generalidade, esta quarta-feira, no plenário da Assembleia da República. O candidato à liderança do PSD sublinhou, em entrevista na RTP3, que "o grande responsável" pela crise política é "António Costa e o PS que ele lidera."
"Tendo em conta todo o panorama político, tenho muito poucas dúvidas de que ele vai conduzir a uma dissolução do parlamento e, naturalmente, à convocação de eleições legislativas antecipadas", disse o social-democrata, para quem "ficou claro, em todo este processo" que se assistiu a uma "rotura da Geringonça."
A crise política que se instalou, no seu entender, deve-se ao primeiro-ministro. "O grande responsável, se há um grande responsável pela crise política, é António Costa e o PS que ele lidera", por ter sido criada "a ilusão de que havia um diálogo possível com os partidos da extrema-esquerda e da esquerda radical", afirmou o eurodeputado, referindo-se ao PCP e ao Bloco de Esquerda.
Quando questionado sobre se o cenário de eleições antecipadas seria o melhor para o país, dadas as circunstâncias atuais, Paulo Rangel respondeu que "o melhor para o país era não ter havido crise política nesta fase", voltando a apontar o dedo: "Mas isso é responsabilidade do governo de António Costa."
"António Costa andou aqui a enganar os portugueses durante todo este tempo", disse, acrescentando que os orçamentos aprovados "ao longo destes seis anos" foram, "em muitos aspetos, prejudiciais para o país."
Recorde-se que o parlamento rejeitou a proposta de OE2022 com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL. No total, 108 deputados votaram a favor, cinco abstiveram-se e 117 votaram contra.
Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu Paulo Rangel em Belém, a pedido deste último. Sobre isso, o social-democrata diz não entender o motivo da polémica criada, descrevendo o encontro como "a coisa mais natural do mundo", uma vez que apresentou candidatura à liderança do PSD e quis apresentar as suas razões ao Chefe do Estado.
"Se há alguém que é candidato à liderança do segundo maior partido e aspira a governar Portugal dentro de meses, é natural que o candidato seja recebido pelo Presidente", defendeu.
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