Livre critica Blasco por "acicatar ânimos" e quer ouvi-la no Parlamento

O Livre criticou hoje a reação da ministra da Administração Interna aos distúrbios ocorridos em vários bairros da periferia de Lisboa, considerando que podem "acicatar ânimos" e adiantou que pretende ouvi-la em breve no Parlamento.

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Lusa
23/10/2024 14:18 ‧ há 5 semanas por Lusa

Política

Livre

Esta posição foi transmitida pelo deputado do Livre Paulo Muacho, na Assembleia da República, após a ministra Margarida Blasco, à margem da Cimeira Luso-Espanhola, em Faro, ter classificado como "inadmissíveis" os distúrbios registados após Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira.

 

"Entendemos que este não é o momento de acicatar os ânimos, não é o momento de a própria ministra estar a utilizar uma linguagem de força bruta e de reposição à força da ordem pública. Deve haver a capacidade de a situação serenar e é preciso também perceber o que está a falhar", contrapôs o deputado do Livre.

Ainda em relação à ministra da Administração Interna, Paulo Muacho avançou que o Livre, "logo que se consigam apurar mais algumas circunstâncias" deste caso, irá chamar Margarida Blasco ao parlamento para esclarecer "o que é que efetivamente aconteceu" desde o momento em que Odair Moniz foi morto por um agente da PSP.

Perante os jornalistas, referiu que "há relatos que não são novos, que não são de agora, de situações que acontecem há muitos anos, de moradores, de associações locais, de movimentos sociais que denunciam de forma frequente a utilização de força excessiva, desproporcional, pelas polícias nestes bairros".

Antes, o deputado do Livre salientou que "um cidadão faleceu em circunstâncias que ainda não foram apuradas e que deixou filhos", adiantando que o seu partido esperará pelas conclusões do apuramento dos factos pela Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI).

"Está a ser também noticiado que a polícia terá entrado na casa da viúva e terá arrombado a porta. O Livre vai apresentar uma pergunta para perceber os contornos desta situação, para perceber exatamente o que é que se pretendia com esta entrada no domicílio, onde estava a viúva e onde estavam várias pessoas em luto. É preciso que se apurarem também as circunstâncias em que isso aconteceu, se efetivamente aconteceu", acrescentou.

Leia Também: "Não foi suspenso". Agente da PSP que matou na Amadora continua no ativo

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