"Queremos dizer com clareza: não estamos à espera de ter mais influência e mais organização para agirmos. Agimos com a força e influência que temos, com o partido que somos, com as suas imperfeições, e com a força notável que constitui, e é também isto que alargará a sua influência e tornará o partido mais forte", afirmou Francisco Lopes, membro da Comissão Política e do Secretariado do PCP, no 22.º Congresso do partido, em Almada.
O dirigente comunista assegurou que o PCP não vai "esperar por um partido idealizado", nem vai ficar "a olhar com nostalgia para este ou aquele momento da história".
"Somos comunistas hoje, assumimos o legado revolucionário de tantos que nos antecederam, de olhos postos no futuro, reafirmamos o nosso compromisso com os trabalhadores e o povo", afirmou.
Neste discurso, Francisco Lopes frisou que, desde o último Congresso do PCP, em 2020, "é impressionante o que o partido enfrentou, o que fez, ao que resistiu e sempre num combate pelo futuro, apontando com determinação e confiança as soluções, o seu ideal e projeto".
"E aqui estamos, a prosseguir, a relançar neste Congresso a nossa luta. Novas energias, novos militantes, novos quadros que se acrescentam a todos os outros, porque todos são necessários e estão convocados na luta que continua", afirmou, salientando que este tempo é "histórico" e a sua exigência "eleva as responsabilidades" dos militantes do PCP.
O ex-candidato presidencial defendeu que o PCP é "um partido que se diferencia de todos outros", que tem "uma identidade própria que emerge acima das cortinas de fumo da conjuntura", que o "define e orienta no caminho face aos obstáculos e contratempos que colocam os promotores e agentes da exploração da guerra e da predação dos recursos".
Francisco Lopes salientou que o PCP é um "partido de massas que trabalha para o recrutamento de novos militantes" e que, "ainda mais nas circunstâncias atuais, acentua a importância da militância".
"Precisamos de um partido mais forte, com o reforço dos organismos dirigentes aos vários níveis na base do trabalho coletivo e da responsabilidade individual, com mais mil quadros a assumirem responsabilidades regulares nos próximos anos, juntando-se aos mais de mil que as assumiram desde a Conferência Nacional", disse.
Prometendo que o PCP vai ser "mais forte, com a criação e dinamização de mais organismos, nomeadamente de células de empresa e de setor, mas também organismos locais", Francisco Lopes frisou ainda que, neste congresso, está a ser lançado "um movimento geral de reforço do partido, de reforço da direção e estruturação".
"Lutamos em condições exigentes. Somos atingidos pelos golpes dos senhores que comandam o país à margem e contra a Constituição da República, pelo silenciamento e a manipulação", afirmou o dirigente comunista, que reconheceu também que o partido tem "insuficiência" que analisa.
"Aprendemos com a experiência, apontamos o caminho e prosseguimos. Nesta luta desigual, temos a força inabalável das nossas convicções e projeto e da ligação aos trabalhadores e às massas populares fonte inesgotável de fortalecimento", referiu.
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