Fora da Europa: Vítor Silva promete analisar deportações de portugueses

O cabeça de lista do PS pelo círculo fora da Europa, Vitor Silva, garantiu hoje à Lusa que, caso vença, o seu partido criará um gabinete de crise focado na questão das deportações de portugueses nos Estados Unidos.  

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Lusa
12/04/2025 09:15 ‧ há 10 horas por Lusa

Política

Vitor Silva

"Se porventura eu ganhar as eleições, estarei muito atento a essa questão, porque cada português interessa e cada português é muito importante para nós. Aliás, o Partido Socialista vai criar - se ganhar as eleições - um gabinete próprio para acompanhar essas questões das deportações", afirmou, em entrevista à Lusa.

 

Para Vítor Silva, "todos os portugueses devem ter uma oportunidade de refazer a sua vida", o que implica "também poderem continuar no país onde trabalham, com boas condições de vida e estando naturalmente legalizados".

"Não é responsabilidade do Governo português legalizar ninguém nos EUA, mas é nossa responsabilidade estar atentos e zelar para que as pessoas sejam bem tratadas e consigam os seus objetivos", acrescentou o candidato. 

Trump prometeu a maior deportação em massa da história norte-americana. 

À Lusa, uma imigrante portuguesa em situação irregular admitiu que, em Newark, cidade do estado de Nova Jérsia com uma significativa comunidade portuguesa, o medo está "instalado a 100%" entre os imigrantes indocumentados. 

 Já o ministro português dos Negócios Estrangeiros afirmou que eventuais deportações de portugueses não terão "um impacto assinalável" e que o Governo "está preparado" e a trabalhar em articulação com o executivo dos Açores, que, por sua vez, está a preparar um plano de contingência para acolher açorianos que venham a ser deportados por Trump.

Vitor Silva disse acreditar que o atual Governo "ainda não fez o que já deveria ter feito" sobre esta situação, defendendo a criação de um gabinete de crise. 

"Nós devíamos já ter um gabinete de crise, porque, realmente, não é preciso que sejam 10 ou 100 portugueses deportados. Basta que um português passe por isso para que o Estado se deva preocupar", argumentou. 

No entanto, mesmo que o PS não saia vencedor das eleições legislativas de 18 de maio, Vitor Silva garante que fará todos os possíveis para "tentar proteger esses portugueses em dificuldades e para que sintam que Portugal está com eles". 

"E sabe porquê? Porque eu também moro fora de Portugal. Eu sei muito bem o que é ser emigrante e, por isso, vou lutar para que todos os emigrantes tenham exatamente os mesmos direitos que qualquer pessoa de Lisboa, do Porto, de Faro ou de Vila Real", frisou. 

O candidato do PS iniciou a sua deslocação aos EUA na sexta-feira e escolheu começar a sua visita pela vila nova-iorquina de Mineola, cujo autarca é o português Paulo Pereira. 

O dia de sábado será dedicado às comunidades portuguesas que residem nos estados de Massachusetts e Rhode Island e, no domingo, Silva estará em Nova Jérsia. 

Também a falta de funcionários nos consulados portugueses é um dos problemas apontados pelas comunidades e Vitor Silva admite que os recursos humanos são escassos, mas antevê que a situação mudará se o PS regressar ao Governo. 

"Não vou dizer que durante o Governo do António Costa foi tudo um mar de rosas e que havia pessoal a mais nos consulados. Isso não é verdade, sejamos sérios. No entanto, uma das nossas grandes promessas é dotar os consulados das pessoas necessárias para que cada cidadão que mora fora de Portugal tenha as mesmas oportunidades e facilidade de aderir a qualquer serviço como tem Portugal", indicou.  E reforçou: "Porque nós não somos nem mais, nem menos do que qualquer pessoa que mora em Portugal. Nós somos portugueses por inteiro e devemos ter, do nosso Governo, o tratamento por inteiro que todos os portugueses merecem. Então, se isso passar por ter muito mais pessoas nos consulados, pois com certeza que é aquilo que nós vamos fazer". 

À Lusa, o cabeça de lista do PS pelo círculo fora da Europa defendeu ainda que "já está mais do que na hora" de os círculos da emigração elegerem mais deputados. 

"Eu sei que não é uma medida popular, porque fala-se em diminuir o número de deputados na Assembleia da República. No entanto, nós estamos muito, muito sub-representados. O número de deputados devia naturalmente crescer, porque também o número de eleitores é substancialmente maior", advogou o candidato socialista, que é diretor financeiro de uma empresa do ramo dos seguros.

Silva, de 50 anos, salientou que, para isso acontecer, "é muito importante que as pessoas votem. Porque se a adesão for de 60% ou 70%, se calhar em Portugal vão perceber que é preciso colocar mais deputados".

Leia Também: Principais compromissos do programa eleitoral da AD (em dez áreas)

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