A aliança, anunciada hoje pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, surge no meio de crescentes tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China.
O M+ garantiu ao jornal que assinou na terça-feira um memorando de entendimento com o MoMa, para promover a cooperação em áreas como a investigação, o intercâmbio de curadores, a conservação, a partilha de programas e o desenvolvimento de talentos.
A parceria acontece no meio da deterioração das relações entre Pequim e Washington, exacerbada pelo regresso à presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro, de Donald Trump, que impôs uma tarifa adicional de 10% sobre as importações de Hong Kong e da China continental.
Fundado em 1929, o MoMA alberga uma coleção de quase 200 mil peças, que inclui pinturas marcantes na história da arte como 'A Noite Estrelada', de Vincent van Gogh (1853-1890), e 'Les Demoiselles d'Avignon', de Pablo Picasso (1881-1973).
De 15 de março a 13 de julho, o M+ vai albergar a exposição 'Picasso for Asia: A Conversation', que reune mais de 60 obras do artista espanhol, considerado um dos mais prolíficos e influentes criadores do século XX.
Com curadoria conjunta do M+, localizado no distrito cultural de West Kowloon, e do Musée national Picasso-Paris, em França, esta exposição será a primeira a exibir obras-primas do museu parisiense ao lado de peças de uma coleção de museu na Ásia.
Entre as obras de destaque que vão ser transportadas para a antiga colónia britânica contam-se 'O Acrobata' (1930), 'Figuras à Beira-Mar' (1931), 'Grande Natureza Morta com Mesa de Pedestal' (1931), 'Retrato de Dora Maar' (1937) ou 'Massacre na Coreia' (1951).
O Governo de Hong Kong apontou a recuperação do turismo como essencial para a economia da região semiautónoma chinesa.
As autoridades disseram que a organização desta exposição representa um passo importante para restaurar o panorama cultural da cidade e atrair visitantes de todo o mundo.
O executivo de Hong Kong revelou um plano de desenvolvimento turístico a cinco anos, com o objetivo de quase duplicar a contribuição do setor para o produto interno bruto (PIB), de 2,6% em 2024 para cerca de 5% até 2029.
O plano, apresentado no final de dezembro pela secretária para a Cultura, Desporto e Turismo, Rosanna Law Shuk-pui, inclui a implementação de 133 medidas focadas na criação de projetos que destaquem as características locais e internacionais da cidade.
Rosanna Law foi nomeada no início de dezembro, pelo chefe do Executivo, John Lee Ka-chiu, na primeira remodelação do Governo de Hong Kong, cidade vizinha de Macau, desde que o antigo comissário adjunto da polícia tomou posse, em julho de 2022, em plena pandemia.
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