Negociadores afegãos pedem reunião urgente do Conselho de Segurança
Os negociadores do Governo afegão que participam nas conversações em curso no Qatar pediram hoje uma reunião "extraordinária e imediata" do Conselho de Segurança da ONU sobre o Afeganistão, perante o aumento da violência e rápido avanço dos talibãs.
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Mundo Afeganistão
O pedido foi apresentado pelo presidente do Alto Conselho para a Reconciliação Nacional do Afeganistão, Abdullah Abdullah, que preside desde terça-feira à delegação afegã numa nova ronda de negociações em Doha, na qual participam representantes dos talibãs, juntamente com a chamada 'Troika Ampliada', com representantes dos Estados Unidos, Rússia, China e Paquistão.
O representante afegão instou a "uma sessão extraordinária e imediata do Conselho de Segurança da ONU para discutir a situação atual no Afeganistão", segundo disse Abdullah na sua conta da rede social Twitter.
Afirmou também que os enviados das potências internacionais e regionais que participam nas negociações de Doha "deixaram claro que a questão afegã não tem solução militar".
"Asseguraram que não reconhecerão nenhum regime que se apodere pela força e insistiram [na necessidade de] acelerar as negociações de paz", acrescentou Abdullah.
Durante a reunião, o enviado dos Estados Unidos para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, e representantes do Paquistão, da China e do Qatar reuniram-se em separado com as delegações do Governo e dos talibãs, numa tentativa para travar o rápido avanço destes últimos, que já controlam 11 das 34 províncias do país desde a semana passada.
Fontes oficiais não-identificadas, citadas pelo canal de notícias afegão 1TV, disseram que o Governo afegão propôs à delegação talibã em Doha um acordo de partilha de poder em troca do fim imediato dos ataques às principais cidades do Afeganistão.
No entanto, um porta-voz dos talibãs no Qatar, Naeem Wardak, negou, citado pela agência noticiosa espanhola Efe, a receção, até agora, de tal proposta.
O principal negociador dos talibãs, o mullah Baradar Akhund, acusou em Doha o Governo afegão de "não trabalhar para a paz" e de não cumprir o acordado em anteriores negociações, especialmente no que se refere à libertação de prisioneiros.
"Não queremos monopolizar o poder (...), queremos um sistema islâmico central afegão inclusivo, no qual todas as classes da Ummah (nação) tenham a oportunidade de atuar segundo os seus méritos, longe de qualquer tipo de corrupção", disse Akhund no Twitter.
O negociador talibã denunciou também mais uma vez os bombardeamentos dos Estados Unidos a posições talibãs, porque "violam os acordos e os princípios internacionais", e advertiu de que "se não pararem os bombardeamentos, os problemas se complicarão ainda mais".
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