"A Síria apoia a decisão do presidente [russo} Vladimir Putin de reconhecer as repúblicas de Lugansk e Donetsk e cooperará com elas", disse Faisal Al Mikdad durante uma conferência organizada pelo centro de pesquisa Valdái Discussion Club, segundo a agência de notícias oficial síria SANA.
Moscovo, que desde 2015 intervém militarmente na Síria a favor do governo de Bashar al-Assad, reconheceu na segunda-feira a independência desses territórios e decretou o envio de soldados, o que desencadeou a rejeição internacional e o anúncio de sanções.
No seu discurso, o chefe da diplomacia síria considerou que o ocidente está a agir "contra a Rússia" de maneira "semelhante" ao que fez "contra a Síria durante a guerra", insistindo na sua retórica de que os Estados Unidos e outros países "apoiam o terrorismo" na nação árabe, segundo a SANA.
"Medidas económicas ocidentais ilegais e coercivas exacerbam o sofrimento do povo sírio e o privam-no das suas necessidades básicas", concluiu o ministro, relativamente às sanções impostas por Washington, Europa e outros atores internacionais.
A viagem de Al Mikdad a Moscovo, um dos principais aliados do governo sírio, ocorre apenas uma semana depois de o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, se ter encontrado com Al Asad durante uma visita à Síria à frente de uma delegação militar de alto nível.
Putin anunciou o reconhecimento de Donetsk e Lugansk na segunda-feira, depois de receber um pedido dos líderes separatistas pró-Rússia em ambos os territórios e depois de a Duma ou a Câmara Baixa lhe terem enviado uma resolução incentivando-o a fazê-lo.
Desde 2014, separatistas pró-Rússia confrontam-se com o exército ucraniano num conflito em Donbas.
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