"Só pode ser descrito como genocídio", disse ao tabloide alemão "Bild", acrescentando que estes eram "crimes de guerra cruéis", pelos quais o Presidente russo, Vladimir Putin, seria responsabilizado.
Klitschko salientou que os civis sem vida, encontrados nas ruas de Busha após a retirada das tropas russas, "tinham as mãos atadas atrás das costas", como pode ser visto em fotografias publicadas nos meios de comunicação internacionais.
"Para todo o mundo, e em particular para a Alemanha, só pode haver uma consequência: A Rússia não pode receber um único cêntimo a mais", exigiu o presidente da câmara de Kiev, apelando à implementação de um embargo às exportações russas de petróleo e gás.
"É dinheiro de sangue, que é usado para massacrar pessoas", argumentou.
O presidente da câmara de Busha, Anatoli Fedoruk, disse no sábado que, quando as forças ucranianas chegaram, as ruas estavam cheias de cadáveres e famílias inteiras tinham sido mortas, "crianças, mulheres, avós, homens".
E acrescentou que os corpos de 280 pessoas tinham sido enterrados numa vala comum.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) afirmou hoje ter indicações de que o exército russo estava a cometer possíveis crimes de guerra em áreas sob o seu controlo, incluindo execuções sumárias de civis.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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