Rússia promete mais apoio militar ao Mali na luta contra os terroristas

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov prometeu hoje mais apoio militar ao Mali durante a sua primeira visita a este país africano e rejeitou as críticas sobre a crescente influência no continente.

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Lusa
07/02/2023 19:28 ‧ 07/02/2023 por Lusa

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Rússia

"Vamos agora planear os próximos passos no campo da educação através de instituições educativas militares superiores e no campo do fornecimento de armas e equipamento militar", disse Lavrov em Bamako.

Na conferência de imprensa que realizou com o homólogo do Mali ao seu lado, Lavrov lembrou que a Rússia já entregou "uma grande quantidade de equipamento de aviação" nos últimos meses e salientou que isso "aumentou significativamente" a capacidade das forças locais no combate aos terroristas.

"Sobre as nossas relações com o Mali, entendemos que as reações dos nossos colegas ocidentais não são mais que instintos neocolonialistas que não desapareceram, não compreenderam as novas realidades do mundo atual e ficaram bloqueados nos seus hábitos antigos", disse Lavrov na conferência de imprensa, ladeado pelo seu homólogo maliano, Abdulaye Diop.

Durante a "visita de trabalho e amizade", conforme é descrita, Lavrov manifestou o compromisso de cooperar com o Mali em áreas como a segurança, formação de estudantes e militares, e na luta contra o terrorismo e contra a proliferação de armas de destruição maciça, relatou a agência France-Presse.

A visita de Lavrov acontece num contexto marcado pelas relações tensas de Bamako com a comunidade internacional pela sua aproximação a Moscovo, com a Organização das Nações Unidas (ONU), a França e várias organizações de direitos humanos a acusarem o Exército maliano e os mercenários russos do grupo Wagner, ligado ao Kremlin, que operam no país, de realizar ataques e abusos contra a população civil, o que Moscovo e Bamako rejeitam.

A França, antiga potência colonial e muito influente no país, retirou no ano passado as suas tropas que tinha mobilizado para lutar contra o terrorismo, numa resposta à aproximação das autoridades a Moscovo.

O Mali está governado por uma junta militar depois de dois golpes de Estado liderados pelo coronel Assimi Goita, que se negou a convocar eleições para fevereiro, como havia combinado, e adiou-as para fevereiro de 2024.

O país é um cenário de guerra entre vários grupos terroristas que realizam ataques contra os militares e a população civil, causando muitas vítimas mortais e provocando um fluxo de milhares de deslocados e refugiados.

Leia Também: Mali. Estatuto de 'persona non grata' não é aplicável a pessoal da ONU

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