Enfermeiro palestiniano descobre pai entre vítimas mortais após ataque
O enfermeiro palestiniano Elias al-Ashqar sofreu o maior choque da sua vida quando destapou o rosto do homem cujo coração não conseguiu ressuscitar de uma bala israelita, no Hospital al-Najah em Nablus, percebendo tratar-se do pai.
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"Eu estava no hospital no horário habitual na manhã de quarta-feira, a treinar estudantes de medicina", contou o enfermeiro de 25 anos, à AFP, explicando ter sido interrompido pelo alarme do hospital que dispara para avisar as equipas da chegada de feridos em massa.
Pouco antes, as forças israelitas lançaram uma ofensiva na cidade de Nablus, procurando, segundo o exército, por suspeitos envolvidos em ataques anti-israelitas.
O exército tem multiplicado operações neste setor no norte da Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
De acordo com o Ministério da Saúde da Palestina, 11 palestinianos morreram e mais de 80 ficaram feridos durante o ataque de quarta-feira, o mais mortal desde 2005 na Cisjordânia.
À chegada dos primeiros feridos, distribuídos por vários estabelecimentos da cidade, Elias al-Ashqar dirigiu-se às urgências onde, segundo contou, reinava o "caos".
"Havia muito sangue e roupas no chão", disse, explicando que os médicos tentaram reanimar dois homens, em camas dispostas uma em frente da outra.
"Ajudei os médicos com o primeiro homem ferido, que era jovem, mas ele sucumbiu rapidamente", explicou, adiantando que, depois, tentou ajudar o segundo, sem olhar para o rosto dele.
"Corri de volta para lá e perguntei sobre o segundo homem. Quando me disseram que tinha morrido como mártir, instintivamente puxei a cobertura e descobri que era do meu pai".
Elias al-Ashqar disse à AFP que quer justiça para o pai, que estava desarmado e voltava da mesquita quando foi atingido por tiros israelitas.
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