Após um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, no âmbito da sua ronda por vários Estados-membros a anteceder a cimeira de líderes da organização, entre 11 e 12 de julho em Vilnius, Lituânia, Stoltenberg elogiou o papel de Portugal como "um aliado firme no coração da NATO" e garantiu que o apoio à Ucrânia vai durar o tempo que for necessário, na defesa do seu território da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro do ano passado.
"Temos de manter o nosso apoio, tanto agora como a longo prazo, para que a Ucrânia prevaleça como um Estado soberano e independente na Europa. Em julho, a nossa cimeira enviará um forte sinal de apoio", afirmou o líder da NATO, numa declaração conjunta com António Costa aos jornalistas, sem direito a perguntas.
Jens Stoltenberg espera que os aliados cheguem a acordo sobre um Programa Estratégico de Assistência Plurianual para "permitir que a Ucrânia faça a transição da era soviética para as doutrinas, equipamentos e treinamento da NATO e alcance a interoperabilidade com os aliados da NATO".
Ao mesmo tempo apelou para mais gastos dos aliados: "Garantir a nossa segurança num cenário perigoso significa que precisamos investir ainda mais na nossa defesa e na nossa [capacidade de] dissuasão (...). Vamos fazer uma nova promessa de investimento em defesa para gastar pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa".
O líder da NATO congratulou-se com os recentes aumentos das despesas de defesa de Portugal, "mas todos os aliados precisam de fazer mais", alertando que a organização enfrenta muitos desafios que nenhum país ou continente pode enfrentar sozinho, o que implica "decisões corajosas".
Portugal foi o 9.º Estado-membro da organização que menos percentagem do PIB dedicou à Defesa em 2022, embora se tenha aproximado ligeiramente da meta proposta pela NATO (1,38%) e preveja aumentar a despesa para 1,66% este ano - um objetivo que estava inicialmente traçado para 2024 -- e atingir os 2% até ao final da década.
Na sua intervenção, Stoltenberg agradeceu o apoio de Lisboa e, em concreto de António Costa, pela sua "forte liderança, forte compromisso pessoal com o vínculo entre a América do Norte e a Europa", e pelos "contributos significativos" para a vigilância aérea no leste da Aliança e para o grupo multinacional da NATO na Roménia, bem como a entrega de tanques Leopard para a Ucrânia e a contribuição para o pacote de assistência abrangente da organização.
Considerando que hoje o ambiente de segurança é o mais perigoso desde a Guerra Fria, devido à "brutal guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", por outro lado, segundo Stoltenberg, desde fevereiro de 2022, os aliados da Ucrânia forneceram "um nível de apoio sem precedentes" para que as forças ucranianas tenham a capacidade necessária para retomar o território ocupado.
"O nosso apoio evoluiu ao longo das diferentes fases do conflito, desde armas antitanque leves até sistemas avançados de defesa aérea, veículos blindados e tanques de batalha pesados. E saúdo os recentes anúncios de aliados sobre o fornecimento de mísseis de cruzeiro e a formação de pilotos ucranianos para usar caças ocidentais", declarou.
Mas, em simultâneo com a guerra na Ucrânia, o secretário-geral da NATO, alertou que a organização também enfrenta a ameaça contínua do terrorismo e da instabilidade no sul, através de "ações desestabilizadoras da Rússia em África", observando que Moscovo e Pequim estão a fazer incursões na região.
A próxima cimeira, sustentou, é uma oportunidade para os aliados abordarem estas questões e "fazer mais para reforçar a capacidade de defesa" com vários países, como a Tunísia, a Mauritânia e a Jordânia.
O encontro servirá ainda para discutir a necessidade de aumentar ainda mais a defesa das infraestruturas submarinas críticas, disse o líder da NATO, recordando que a organização criou recentemente uma célula para coordenar os esforços entre os aliados, parceiros e o setor privado e ainda com a União Europeia (UE), esperando novos anúncios sobre este tema em Vilnius.
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