Médicos Sem Fronteiras repudiam ataque de Israel em Jenin
Os Médicos Sem Fronteiras repudiaram hoje o ataque israelita contra o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, numa operação de larga escala em que morreram pelo menos oito pessoas desde segunda-feira.
© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images
Mundo Palestina
"Os ataques em Jenin estão a tornar-se cada vez mais frequentes e a intensidade parece atingir novos patamares. Vimos vários pacientes com ferimentos de bala na cabeça e recebemos 55 pacientes feridos", referiu em comunicado a coordenadora de operações dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) na cidade da Cisjordânia ocupada, Jovana Arsenijevic.
A organização acusa Israel, que alega que Jenin alberga "um centro de terrorismo", de obstruir a prestação de cuidados de saúde.
"Várias botijas de gás caíram no pátio do hospital Khalil Suleiman, onde a equipa dos MSF estava a tratar pacientes com ferimentos de bala" desde o início da madrugada, sublinha-se no comunicado.
De acordo com a mesma nota, a organização internacional que se encontra a prestar cuidados de saúde na cidade situada no norte da Cisjordânia ocupada, morreram pelo menos "oito pessoas" e um total de 91 pessoas ficaram feridas na última operação "aérea e terrestre".
Segundo os MSF, o ataque iniciado no domingo por Israel fez aumentar para 48 o número total de mortos em Jenin desde o princípio do ano.
Para os Médicos Sem Fronteiras, trata-se de uma ação militar de grande escala - a "maior na Cisjordânia desde 2002" -, sendo que o raide está a afetar as estruturas de saúde e a "obstruir a resposta médica de emergência".
A organização internacional que presta apoio médico diz ainda que as escavadoras militares israelitas estão a destruir os acessos ao campo de refugiados de Jenin tornando "quase impossível" o acesso das ambulâncias aos doentes.
Durante o ataque, os paramédicos palestinianos foram obrigados a deslocar-se a pé, numa zona onde se registam disparos e ataques de aparelhos aéreos não tripulados (drones).
"Estamos a trabalhar há 15 horas e os doentes continuam a chegar. Esta é uma operação militar com uma duração sem precedentes (...). Há vítimas que não podem ser contactadas. O pessoal de saúde deve poder aceder aos doentes sem entraves", critica Arsenijevic acrescentando que nas últimas horas registaram-se "dez ataques" das forças de Israel contra o campo de refugiados.
A mesma responsável indica que ambulâncias foram "abalroadas por carros blindados" e o pessoal de saúde impedido de entrar e sair do campo.
Por outro lado, Arsenijevic referiu que a utilização de helicópteros e que os ataques com drones numa zona tão densamente povoada representa um aumento "acentuado" da intensidade militar.
"É absolutamente ultrajante", afirmou Jovana Arsenijevic.
A organização Médicos Sem Fronteiras está presente nos Territórios Ocupados por Israel desde 1989 e mantém atualmente operações de apoio médico e humanitárias em Jenin, Nablus, Hebron e Gaza.
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