"A China está profundamente preocupada com a escalada das tensões e da violência entre Israel e a Palestina [e] triste com as vítimas civis causadas pelo conflito", declarou o enviado especial chinês para o Médio Oriente, Zhai Jun, a Rafael Harpaz, um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, segundo um comunicado divulgado em Pequim.
A China "condena os danos causados a civis inocentes e apela para um cessar-fogo e para o fim da violência o mais rapidamente possível, bem como para o reatamento das conversações de paz assentes numa solução de dois Estados, para reforçar a confiança dos povos de ambos as partes na obtenção da paz", prosseguiu Zhai.
"A China espera sinceramente que Israel e a Palestina consigam coexistir pacificamente e está disposta a trabalhar com a comunidade internacional para promover as negociações de paz e criar as condições necessárias à concretização da paz", disse ainda o diplomata.
Pequim anunciou hoje que três cidadãos seus foram mortos no conflito entre Israel e o Hamas, outros dois estão "incontactáveis" e "alguns ficaram feridos".
Noutra conversa telefónica, desta vez com um responsável palestiniano, Zhai sublinhou que a China está "profundamente preocupada com a grave degradação da situação da segurança e humanitária na Palestina", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
"As principais prioridades são um cessar-fogo imediato e a proteção dos civis", defendeu o diplomata chinês.
O Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou a 07 de outubro um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de 'rockets' e a incursão de rebeldes armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas que, recordou, foi internacionalmente classificado como organização terrorista.
Israel, que impôs um cerco total à Faixa de Gaza e cortou o abastecimento de água, combustível e eletricidade, confirmou até agora 1.300 mortos e 3.268 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, apoiada pelo Hezbollah libanês e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Do lado palestiniano, o Ministério da Saúde confirmou que, em Gaza, os ataques da retaliação israelita fizeram pelo menos 1.354 mortos e 6.049 feridos e que também se registaram 31 mortos na Cisjordânia, bem como cerca de 180 feridos.
Segundo o porta-voz do exército de Israel, Richard Hecht, cerca de 1.000 combatentes do Hamas foram também abatidos durante confrontos com as forças de segurança em território israelita, onde prosseguem os combates esporádicos.
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