"Nós, em primeiro lugar, respeitamos a escolha do povo argentino. A Argentina é um país muito importante na América do Sul com quem temos relações bastante boas", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa.
Peskov acrescentou que a Rússia está interessada "num maior desenvolvimento" nas relações com Buenos Aires.
Mesmo assim, o porta-voz disse que Moscovo "prestou atenção" às declarações do Presidente eleito durante a campanha eleitoral, muito críticas em relação à Rússia por causa da guerra na Ucrânia.
Milei disse que se o principal opositor na segunda volta das eleições, Sergio Massa, vencesse, a Argentina poderia transformar-se "numa autocracia ao estilo de [Vladimir] Putin".
"Temos acompanhado com atenção a série de declarações que Milei fez durante a campanha, mas no essencial vamos guiar-nos e vamos avaliar (Milei) pelas declarações que venha a fazer depois de tomar posse", sublinhou.
O porta-voz do Kremlin assinalou que a Rússia espera que "venham a esclarecer-se" muitos assuntos relativos às relações bilaterais entre Moscovo e Buenos Aires.
Com 97,6% dos votos contados, Javier Milei segue com 55,8% e o atual ministro peronista da Economia, Sergio Massa, com 44,2%, segundo resultados oficiais da segunda volta das presidenciais.
Na primeira volta, em 22 de outubro, Massa obteve 36,78% dos votos, enquanto Milei, que é apoiado pelo ex-presidente Mauricio Macri e se define como um "anarco-capitalista" - uma forma extrema de liberalismo defensora de uma sociedade capitalista sem Estado - conseguiu 29,99%.
Para a reta final da eleição, Milei obteve o apoio da terceira classificada na primeira volta, Patricia Bullrich.
O próximo presidente argentino, que vai suceder ao peronista Alberto Fernández (2019-2023), vai governar a partir de 10 de dezembro para o período 2023-2027.
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